Risco cambial e falta de equity são entraves ao investimento no Brasil, diz Annette Kilmer, do BID
No LIDE Brazil Development Forum, chefe da representação do banco destacou que país tem condições de liderar soluções globais, mas precisa ampliar instrumentos financeiros para atrair capital privado.
Annette Kilmer, chefe da representação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil. (Foto: Will Volcov e Vanessa Carvalho/LIDE)
A chefe da representação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Annette Kilmer, afirmou que o país enfrenta dois desafios centrais para ampliar a atração de investimentos: o risco cambial e a escassez de instrumentos de equity. A declaração foi feita em coletiva de imprensa durante a segunda edição do LIDE Brazil Development Forum, em Washington.
Segundo Kilmer, o BID tem trabalhado com o governo e o setor privado para reduzir essas barreiras, em especial com a criação do EcoInvest, iniciativa desenvolvida em parceria com o Ministério da Fazenda que busca mitigar a volatilidade cambial em operações financeiras. Além disso, o banco tem ampliado o uso de instrumentos de blended finance para atrair investidores internacionais ao país.
A executiva destacou que o Brasil reúne condições para liderar soluções em transição energética, bioeconomia e inovação, e que a agenda de apoio às micro e pequenas empresas é essencial para aumentar a presença dessas companhias em cadeias globais. “O Brasil conhece a realidade dos mercados em desenvolvimento e tem capacidade de criar soluções que o mundo está buscando”, disse.
Kilmer ressaltou ainda que o BID apoia a preparação da próxima COP, em parceria com o Itamaraty e os ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente, com foco em programas como o Amazônia Sempre, que conecta biodiversidade, clima e combate à degradação de terras. Para ela, superar os entraves financeiros é crucial para que o país atraia mais capital privado e consolide sua posição na liderança climática e econômica global.