'O Brasil não pode ter uma legislação retrógrada e punitiva para a inteligência artificial', diz Ronaldo Caiado
Evento reuniu autoridades políticas e empresariais para debater inovação, soberania digital e regulação da inteligência artificial no Brasil.
Ronaldo Caiado, governador de Goiás. (Foto: Evandro Macedo/ LIDE)
O futuro da inteligência artificial (IA) e da infraestrutura digital no Brasil foi o centro das discussões do 3º Brasília Summit, realizado na manhã desta terça-feira (30), em Brasília. Promovido pelo LIDE e pelo Correio Braziliense, o encontro reuniu parlamentares, governadores, empresários e especialistas para debater os desafios e as oportunidades da tecnologia no país.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, destacou que o Brasil não pode adotar legislações ultrapassadas que engessem a criatividade e o avanço tecnológico.
“O Brasil não pode fazer uma legislação retrógrada, punitiva. Não existe isso mais. Só seremos referência mundial se dermos liberdade para desenvolver e combater apenas o mau uso”, afirmou, defendendo um modelo de código aberto e menos restritivo.
O deputado Aguinaldo Ribeiro, relator do marco regulatório da IA na Câmara, reforçou que a tecnologia já impacta todos os setores e que a regulação precisa ser estratégica. “Vivemos em uma sociedade híbrida. A inteligência artificial já é presente e muda sobremaneira as relações sociais”, disse. Para ele, o Brasil corre o risco de perder talentos para o exterior caso não crie um ambiente de inovação atrativo.
Celina Leão, vice-governadora do Distrito Federal. (Foto: Evandro Macedo/ LIDE)
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, trouxe a preocupação com a desigualdade no acesso à tecnologia, especialmente no setor público. “Por que nos hospitais particulares já temos robôs operando, enquanto no SUS ainda predominam cirurgias tradicionais? O Estado precisa acompanhar a modernidade”, questionou.
A presidente da Tecnobank, Renata Herani, ressaltou a importância da infraestrutura digital como motor da soberania nacional. “Data centers são hoje tão estratégicos quanto rodovias e portos foram nos anos 1980. O Brasil precisa de uma política pública clara para garantir protagonismo nesse cenário”, afirmou.
Renata Herani, presidente do Tecnobank. (Foto: Evandro Macedo/ LIDE)
O setor financeiro também marcou presença com Isaac Sidney, presidente da Febraban, que destacou os avanços já em curso.
“A inteligência artificial é uma revolução silenciosa, uma arma poderosa e irresistível que redefine o futuro das finanças”, disse, lembrando que 93% das transações bancárias já são digitais.
Isaac Sidney, presidente da Febraban. (Foto: Evandro Macedo/ LIDE)
Já o deputado Julio Lopes chamou atenção para a questão energética. Ele alertou que a expansão de data centers no Brasil só será possível com fontes de energia firmes. “Data center funciona 24 horas por 365 dias. Não há como energizá-los apenas com solar ou eólica. Precisamos garantir base de potência, como térmica e nuclear”, afirmou.
O presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari, reforçou que a expansão dos data centers pode transformar o Brasil em hub tecnológico na América Latina. “Estamos entrando em uma nova era. A IA pode gerar ganhos econômicos expressivos, mas é preciso políticas firmes para alcançar a soberania digital”.
O senador Eduardo Gomes defendeu equilíbrio e simplicidade na legislação. “O mais difícil em legislação é fazer o simples. Inteligência artificial não é uma ameaça, é uma realidade que precisa de inteligência legislativa para se tornar oportunidade”.
O Brasília Summit é uma iniciativa LIDE, Correio Braziliense e LIDE Brasília. Os patrocinadores são Banco BRB, CNSaúde - Confederação Nacional de Saúde, Governo de Goiás, FJ Costa Advogados, TecnoBank, X-Via e Alpha Secure. O apoio é de Paulo Octavio, Atlas Renewable Energy, Febraban Tech e Warde Advogados. As mídia partners são TV LIDE, Correio Braziliense, TV Brasília, cb.dooh Mídia Digital, Clube FM e Revista LIDE. Ambipar, Natural One e Brasília Palace Hotel são os fornecedores oficiais.