Michel Temer defende oposição responsável e elogia democracia britânica
Em Londres, o ex-presidente destacou o Reino Unido como exemplo de estabilidade institucional e afirmou que o Brasil deve fortalecer o debate democrático sem radicalização, com base na “polarização de ideias e não de ódios”.
O ex-presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (31), durante a abertura do LIDE Brazil Reino Unido Fórum, em Londres, que o Brasil precisa valorizar a oposição como parte essencial da governabilidade democrática, a exemplo do modelo britânico. Ele destacou que o país deve “evitar a radicalização” e estimular a “polarização de ideias, programas e conceitos” como base para o avanço político e institucional.
“A oposição existe para ajudar a governar, não apenas para se opor ao governo”, afirmou Temer. Ele citou o gabinete das sombras — tradição parlamentar britânica que dá à oposição um papel de fiscalização e preparo para governar — como exemplo de equilíbrio democrático. “Em meu governo, ouvi críticas da oposição e muitas vezes as levei em conta, porque havia compreensão de que certos temas não eram de governo, mas de Estado”, disse.
Durante sua fala, o ex-presidente também traçou um paralelo entre a tradição política britânica e a trajetória do LIDE, elogiando o modelo de governança da organização. “Assim como o Reino Unido, o LIDE não tem uma constituição escrita, mas funciona com base em costumes, respeito e organização”, afirmou, destacando a capacidade do grupo de integrar empresários e representantes do setor público em diversos países.
Ex-presidente Michel Temer. (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
Temer recordou ainda a origem do parlamentarismo britânico, com o rei Jorge I e o político Robert Walpole, para ilustrar como as instituições britânicas evoluíram de forma natural e pacífica ao longo dos séculos. “O Reino Unido é um exemplo de democracia extraordinária, de estabilidade e de respeito aos costumes. É um modelo que o Brasil deve observar para consolidar sua maturidade institucional”, afirmou.
Ao encerrar, o ex-presidente ressaltou que a democracia exige debates conceituais e não embates pessoais. “As discussões aqui são programáticas, teóricas e fundamentais para a boa governabilidade. No Brasil, devemos seguir o mesmo caminho: menos radicalização, mais diálogo e cooperação”, concluiu, sob aplausos do público.
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