Elmar Nascimento cobra rede de gasodutos e coordenação do setor para garantir segurança energética
No LIDE Brazil Reino Unido Fórum, em Londres, o 2º vice-presidente da Câmara defendeu uma política de Estado para energia, com investimentos em infraestrutura (especialmente gasodutos), previsibilidade regulatória e atuação conjunta de todos os segmentos — “há campo para todo mundo”.
O deputado Elmar Nascimento (União–BA), 2º vice-presidente da Câmara dos Deputados, afirmou nesta sexta-feira (31), na abertura do LIDE Brazil Reino Unido Fórum, em Londres, que o Brasil precisa tratar energia como política de Estado, com planejamento contínuo, segurança jurídica e expansão simultânea de todas as fontes. Ele defendeu investimentos urgentes em infraestrutura, sobretudo gasodutos, e criticou a fragmentação do lobby setorial no Congresso: “há campo para todo mundo, mas falta capacidade de sentar à mesa e construir consensos que deem previsibilidade aos investimentos”, disse.
Nascimento recuperou sua trajetória no tema desde a tramitação da privatização da Eletrobras, quando relata ter apoiado medidas que viabilizaram votos e incorporaram projetos de revitalização dos rios São Francisco, Furnas e da Amazônia Legal. A partir daí, disse ter se dedicado a “corrigir distorções” — como subsídios que, segundo ele, permitiam ganhos na comercialização de energia superiores à atividade-fim de algumas empresas — e a incluir diretrizes de longo prazo no arcabouço do setor.
Ao tratar dos desafios atuais, o deputado destacou quatro pontos:
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Segurança energética em um contexto de guerras e tensões comerciais;
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Demanda crescente por energia com o acréscimo de 2 bilhões de pessoas até 2050;
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Pressão adicional dos data centers e da IA, que podem responder por 12% do consumo de energia nos EUA em 2030;
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Eficiência energética como agenda pouco explorada e com alto potencial regulatório para mudar padrões de consumo de governo, empresas e indivíduos.
Para o Brasil, Nascimento afirmou que a matriz é mais limpa que a das principais economias do G20, mas que o gargalo está nos transportes terrestre, marítimo e aéreo, onde a eletrificação é mais difícil. Por isso, vê biocombustíveis como vetor relevante e defendeu aproveitar vocações regionais (como PCHs, nuclear e gás) para um crescimento mais homogêneo do país.
Deputado federal Elmar Nascimento (União–BA). (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
O parlamentar insistiu na agenda do gás natural: “Temos gás no litoral e não o aproveitamos no interior por falta de logística”. Ele propôs replicar para gasodutos o modelo de leilões de transmissão, lembrando que o Brasil precisa investir cerca de R$ 70 bilhões em novas linhas e que o país, apesar de sua dimensão continental, tem menos gasodutos que a Argentina e incomparavelmente menos que os Estados Unidos.
Nascimento também citou a votação da MP 3004, na véspera, como exemplo de descompasso entre prioridades e resultados. Segundo ele, o carvão — “a fonte mais poluente entre as termoelétricas” — saiu mais contemplado no texto final do que outras alternativas, após mudanças de última hora.
Por fim, reforçou que grandes reformas recentes partiram do protagonismo do Congresso e pediu ao setor privado “lobby positivo” e coesão para destravar projetos estruturantes: “Com crescimento populacional e a demanda da IA, o Brasil precisa de mais energia e de todos os players. Planejamento, estabilidade regulatória e jurídica são decisivos para atrair capital e transformar nosso potencial em realidade.”
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