Arnaldo Jardim apresenta agenda do agro para a COP30: produtividade com preservação e bioenergia

Em Londres, o vice-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária defendeu o agro como pilar da parceria Brasil–Reino Unido, destacou R$ 1,34 trilhão gerados na safra 2024 e anunciou propostas para a COP30 com foco em bioinsumos, ILPF e combustíveis do futuro (etanol, biodiesel, SAF e biometano).

O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania–SP), vice-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), afirmou nesta sexta-feira (31), no LIDE Brasil Reino Unido Fórum, em Londres, que o agro brasileiro é peça central da parceria econômica com o Reino Unido, não apenas pela produção no campo, mas pela cadeia logística, indústria de equipamentos e fertilizantes que a sustenta. Ele informou que, em 2024, o setor movimentou R$ 1,34 trilhão, sendo R$ 886 bilhões nas lavouras e R$ 450 bilhões na pecuária, e antecipou a entrega, à organização do evento, de uma estratégia do agro para a COP30 com propostas de agricultura tropical sustentável.

> Confira a agenda do agro para a COP30 apresentada pelo deputado Arnaldo Jardim 

Segundo Jardim, o Brasil quadruplicou a produção de grãos e proteínas em pouco mais de duas décadas com apenas 33% de aumento de área, graças a ganhos de produtividade, genética e tecnologia. Ele ressaltou que menos de 10% do território nacional é ocupado por lavouras e que, somada a área de pecuária, o uso chega a 30% — com 66% de vegetação nativa preservada. O Código Florestal, lembrou, impõe reserva legal de 20% nas regiões Sul/Sudeste, 50% no Centro-Oeste e 80% na Amazônia em propriedades privadas.

Às vésperas da COP30, Jardim disse que levará à conferência uma agenda de inovação e sustentabilidade:

  • Bioinsumos (após a nova lei aprovada pelo Congresso) e melhoramento genético de sementes e pastagens;

  • Recuperação de áreas degradadas e agricultura de precisão;

  • Integração lavoura–pecuária–floresta (ILPF) para produzir o ano inteiro com menor impacto ambiental;

  • Combustíveis do Futuro: ampliação de etanol e biodiesel, avanço do SAF (combustível sustentável de aviação), bunker marítimo verde, além de biogás e biometano acoplados ao gás natural para acelerar a descarbonização.

FER_3290Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania–SP). (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)

O parlamentar condenou o desmatamento ilegal — “não tem guarida entre nós” — e vinculou sua incidência sobretudo a áreas de ocupação irregular, defendendo regularização fundiária e fiscalização. Ele também ressaltou a necessidade de parcerias internacionais em pesquisa e financiamento, citando o trabalho técnico com Insper e FGV na construção do documento entregue ao LIDE, sob coordenação do embaixador André Corrêa do Lago (presidente da COP30) e do ex-ministro Roberto Rodrigues (envoy para agricultura).

Jardim concluiu que o Brasil deverá ser um grande supridor de alimentos e energia de baixo carbono diante do crescimento populacional global até 2050, e que a cooperação com empresas britânicas ao longo de toda a cadeia (insumos, logística, tecnologia e financiamento) será decisiva para escalar produtividade com preservação.


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