Rui Mendonça: 'Objetivo da Marfrig é que todas unidades exportem para a China e os EUA'
Em entrevista, o CEO da Operação América do Sul da companhia destaca o bom desempenho das operações no exterior.
Rui Mendonça, CEO da Operação América do Sul da Marfrig. (Foto: Divulgação)
Fevereiro deste ano representou um marco para a Marfrig, líder global na produção de hambúrgueres e uma das maiores empresas de carne bovina do mundo. A BRF – controlada pela empresa fundada por Marcos Molina – anunciou um lucro líquido de R$ 754 milhões no quarto trimestre do ano passado, resultado acima do consenso dos analistas de mercado. A companhia também gerou um caixa de R$ 613 milhões, o melhor desempenho da empresa para o período desde 2016.
A performance positiva histórica é resultado da gestão Marfrig iniciada em maio de 2022, quando assumiu o Conselho de Administração da BRF, e que tem como foco a melhoria da eficiência operacional, a redução da alavancagem e a valorização de marcas icônicas da companhia, como Sadia, Perdigão e Qualy.
“A estratégia de diversificação na exportação tem sido fundamental no nosso negócio e nos permite direcionar produtos para os mercados de acordo com a demanda de melhor preço. Hoje já exportamos para mais de 100 países e somente em 2023 conquistamos mais de 30 habilitações, com destaque para o México, um importante mercado. O objetivo da Marfrig é que 100% de suas unidades exportem para a China e os Estados Unidos, que são os dois principais mercados. Já o Oriente Médio é um mercado-alvo das nossas operações e no ano passado recebemos habilitações para exportar carne in natura e miúdos para a região”, detalha Rui Mendonça, CEO da Operação América do Sul da Marfrig.
No mundo
Mendonça conta que a Nacional Beef, por exemplo, operação da Marfrig nos Estados Unidos, tem se destacado no mercado por sua qualidade e por seus resultados acima dos da concorrência. Além disso, é iniciado o fim do ciclo negativo do gado e as perspectivas para 2024 são favoráveis.
O mercado chinês também segue sendo muito relevante para todo o setor de proteína animal no Brasil. E as perspectivas para 2024 são positivas - o Rabobank estima que o volume total das importações chinesas de carne bovina crescerá de 6% a 7% em relação a 2023. Isso pode impulsionar um aumento entre 2% e 3% nas vendas de carne bovina do Brasil ao mercado externo neste ano, dado que somos o maior exportador dessa proteína no mundo todo”, diz.
Cartão de visita
A Marfrig acaba de subir cinco pontos percentuais (de 39% a 44%) na edição 2024 do ranking global de combate ao desmatamento Forest 500. O ranking compila e analisa dados das 350 empresas e 150 instituições financeiras mais influentes do mundo que atuam em cadeias de abastecimento com risco de desmatamento como couro, óleo de palma, soja, gado, madeira, papel e celulose.
“A Marfrig tem feito grandes investimentos em sustentabilidade como parte da sua estratégia de negócio e de uma governança sólida sobre o tema, com comitês dedicados à área e participação de membros do conselho e membros independentes. A companhia possui modelos de gestão com foco nos pilares de redução de emissões, controle de origem, recursos naturais, gestão de efluentes e resíduos, bem-estar animal e responsabilidade social. Cada um dos pilares tem metas claras baseadas em metodologias robustas e transparentes”, finaliza o CEO.
Neste ano, a companhia investirá 100 milhões de reais no Verde+, em frentes como recuperação e transformação, restauração ecológica, agropecuária regenerativa e melhoria genética do rebanho. A empresa se compromete a controlar 100% de sua cadeia de fornecimento de gado (direta e indireta) até 2025 em todos os biomas, antecipando a meta inicial (que era 2030). A Marfrig já alcançou monitoramento de 100% dos fornecedores diretos em todos os biomas brasileiros.
Quais as principais metas e objetivos da Marfrig neste momento?
A Marfrig é hoje uma empresa de alimentos com foco em produtos de alto valor agregado (com marca e processados). Dessa forma, nosso objetivo é ter um portfólio cada vez mais abrangente e ampliar o acesso aos mercados em crescimento, conquistando posição de ainda mais destaque, tanto no varejo quanto no food service. Nesse sentido, a companhia concentra recursos em complexos industriais de ponta, com maior escala, eficiência e custo competitivo, que estão interligados às plantas de processados e produtoras de marcas líderes, como Bassi e Montana, no Brasil, e Paty e Vienissima!, na Argentina.