Cargill investe R$ 8,1 bi e consolida Brasil como eixo global de alimentos
Companhia movimentou 45 milhões de toneladas em 2024 e aposta na modernização de operações locais para atender à demanda global.
Paulo Sousa, presidente da Cargill no Brasil. (Foto: Divulgação)
Em um ano marcado por debates climáticos, instabilidade logística e tensões comerciais, o Brasil manteve e ampliou seu papel de fornecedor confiável de alimentos para o mundo. A safra recorde de grãos, a expansão das exportações de proteínas e os avanços tecnológicos reforçam a imagem do país como pilar da segurança alimentar global em 2025. Diversidade geográfica, competitividade de custos e inovação consolidam o Brasil como parceiro indispensável diante das incertezas internacionais.
Um exemplo é o Programa de Excelência do Produtor da Kraft Heinz Brasil, que elevou em 25% a produtividade no campo, acima da média nacional. O projeto valoriza práticas sustentáveis, como uso eficiente da água e manejo do solo, e já se tornou referência global, com replicação em outros países. Graças à metodologia, a empresa dobrou em 2024 a produção de pasta Heinz, produto premium da marca.
A Cargill também reforça o peso estratégico do Brasil em sua operação global. Nos últimos cinco anos, investiu R$ 8,1 bilhões no país, onde opera fábricas, armazéns, portos e centros de inovação. Em 2024, originou, processou e comercializou 45 milhões de toneladas de alimentos. Segundo Paulo Sousa, presidente da companhia no Brasil, mesmo em um cenário desafiador, o país é vital para a segurança alimentar mundial, razão pela qual a Cargill segue expandindo e modernizando suas operações locais.
No campo da sustentabilidade, Marfrig e BRF conquistaram novamente o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, reconhecimento de transparência na medição e publicação de emissões. A Marfrig foi a primeira do setor a assumir metas validadas pela Science Based Targets initiative (SBTi), prevendo redução de 68% nas emissões diretas e uso de 100% de energia renovável até 2030. Já a BRF teve suas metas aprovadas pela nova metodologia FLAG, que inclui emissões de uso da terra, e se comprometeu a reduzir 51% das emissões diretas até 2032.
Além dos compromissos climáticos, a BRF registrou o melhor semestre de sua história em 2025, com EBITDA de R$ 5,3 bilhões e lucro líquido de R$ 1,9 bilhão. O programa BRF+ segue impulsionando ganhos de eficiência, com economia de R$ 208 milhões no período. Segundo o CEO Miguel Gularte, os resultados refletem a resiliência da companhia e sua capacidade de entregar consistência mesmo em cenários adversos.