CEOs consideram sustentabilidade prioridade ainda maior do que 12 meses atrás
Seis em cada dez executivos nas Américas elevaram o nível de atenção para esse assunto, de acordo com a nova edição do estudo trimestral elaborado pela EY.
Seis em cada dez executivos nas Américas elevaram o nível de atenção para esse assunto, de acordo com a nova edição do estudo trimestral elaborado pela EY. (Foto: Freepik)
A maioria dos CEOs nas Américas (62%) considera a sustentabilidade uma prioridade ainda maior do que 12 meses atrás, de acordo com a nova edição do estudo CEO Outlook Pulse, produzido pela EY. Essa porcentagem é superior à registrada globalmente (54%). Para 22% dos executivos nas Américas, a sustentabilidade continua no mesmo nível de prioridade em comparação com um ano atrás. Ainda de acordo com essa amostra, somente 14% avaliam que a prioridade da sustentabilidade ficou menor após 12 meses por causa dos desafios econômicos e das circunstâncias financeiras. Globalmente, essa porcentagem é de 18%. Esses números demonstram que as empresas atuantes nas Américas estão na média mais preocupadas do que as de outras regiões com a sustentabilidade, o que inclui a descarbonização dos seus negócios.
O estudo, de periodicidade trimestral, entrevistou 1,2 mil executivos em todo o mundo, incluindo o Brasil, sobre assuntos diversos como alocação de capital, investimentos e estratégias de transformação de negócios em um cenário econômico de evolução rápida. A edição mais recente também trouxe a participação de 300 investidores institucionais, por meio de insights sobre os setores nos quais investem.
Os CEOs e investidores atuantes nas Américas consideram que o envolvimento do governo é fundamental nas questões de sustentabilidade. Metade dos CEOs avaliam que há engajamento significativo de legisladores e reguladores na busca e incorporação das considerações dos seus setores. Entre os investidores, 35% têm essa mesma percepção. Já 45% dos CEOs definem esse engajamento como moderado – ante 57% entre os investidores. Somente 5% dos CEOs e 7% dos investidores consideram mínimo esse engajamento por parte do governo. Ainda segundo o estudo, existe um consenso de que os incentivos são uma ferramenta melhor do que as sanções para fazer com que as empresas acelerem suas jornadas rumo à emissão líquida zero de carbono.
Subsídios e incentivos fiscais
Os CEOs reconhecem e apoiam os subsídios e incentivos fiscais para investimento em tecnologias verdes, como os do Programa Verde, da União Europeia, e do Inflation Reduction Act, dos Estados Unidos. Outras potências econômicas, como a China e a Índia, têm elevado seus investimentos para atingir suas metas de energia renovável. O que se espera é que esse aumento da concorrência acelere o desenvolvimento de tecnologias verdes emergentes voltadas para a transição energética. O apoio político às energias renováveis cria oportunidade única para a indústria de energia estimular essa demanda e acelerar a descarbonização global.
Os CEOs entrevistados classificam os gastos governamentais em infraestrutura para apoiar a transição energética e com água e outras infraestruturas para melhorar a resiliência climática como as áreas prioritárias, tendo recebido respectivamente 52% e 49% das respostas. Já 33% escolheram investimentos em novas infraestruturas de tecnologia e comunicação, enquanto 21% em novas infraestruturas de serviço público.
Há, ainda, na visão do estudo, um claro direcionamento por parte dos CEOs de controlar aquilo que podem e administrar aquilo que eles não têm controle. A resiliência é a palavra da vez em relação aos negócios e sua rentabilidade, com a necessidade de navegar por desafios externos que vão muito além do controle das organizações. Esses executivos estão atentos à emergência das mudanças climáticas, assim como as possibilidades de transformação oferecidas pela inteligência artificial.