Enquanto os jovens evitam beber, a indústria do vinho luta para reconquistá-los

Entre tarifas e redução no consumo de álcool entre a Geração Z, o setor está lutando pela sobrevivência.

Mais de 90 anos depois de o Congresso revogar a 18ª emenda, também conhecida como Lei Seca, e legalizar o consumo de álcool novamente, há um novo movimento de moderação na cidade. O conceito de "consumo consciente" se tornou popular, especialmente entre os mais jovens. Uma pesquisa Gallup de 2023 revelou que o número de adultos com menos de 35 anos que bebem caiu 10 pontos percentuais nas últimas duas décadas, de 72% para 62%. (Em contraste, o número de bebedores com mais de 55 anos aumentou no mesmo período, de 49% para 59%.)

“Está ficando claro que, por alguma razão, as gerações mais jovens de hoje estão menos interessadas em álcool e são mais propensas do que as gerações mais velhas a vê-lo como arriscado para sua saúde e a participar de períodos de abstinência como o Janeiro Seco”, disse George Koob, Ph.D., diretor do Instituto Nacional de Alcoolismo e Abuso de Álcool, em um comunicado.

E embora os profissionais médicos concordem amplamente que beber menos traz grandes benefícios, essa não é a situação mais saudável para os produtores de vinho. Some-se a isso as tarifas sobre produtos da União Europeia, e o resultado é uma indústria vinícola lutando pela sobrevivência.

Júlia Pitoiset é uma jovem vinícola que tenta fazer com que sua geração ame o vinho.

Na tentativa de reverter a tendência, uma organização chamada Come Together – Comunidade pelo Vinho iniciou campanhas focadas em mensagens favoráveis, enquadrando o vinho como uma bebida comunitária com associações históricas e culturais. Ao contrário de influenciadores de bem-estar sem licença, as pessoas que produzem, vendem e escrevem sobre o produto não podem fazer nenhuma afirmação que vincule vinho à saúde, então os esforços do grupo se concentram em conceitos positivos e focados no consumidor. Pense nos benefícios sociais de se reunir com amigos para saborear uma taça de vinho. (A saber, em vez de Outubro Sóbrio, o grupo cunhou o Outubro Come Over.)

Enquanto isso, membros de grupos do setor, como a US Wine Trade Alliance, estão se reunindo com congressistas para conscientizá-los sobre os efeitos deletérios das tarifas sobre o vinho em todos os setores da indústria. Os 1.200 importadores de vinho, 1.000 distribuidores, 47.500 varejistas de vinho e destilados e 350.000 restaurantes independentes nos Estados Unidos que dependem do consumo de vinho para manter suas portas abertas precisam de muito mais do que uma atitude de "isso também passará" para combater os ventos contrários atuais. É importante lembrar que, apesar de guerras, fomes, secas e pragas, o vinho trouxe sabor e alegria aos humanos por mais de 8.000 anos. Não há razão para acreditar que ele desaparecerá de nossas vidas tão cedo.

Reportagem original: As Younger People Eschew Drinking, the Wine Industry Fights to Woo Them Back