Você está no modo automático?
O caminho aos resultados não precisa ser marcado por pressão exaustiva, burnout e valores sacrificados.
Simone Cyrineu, CEO e fundadora da thanks for sharing. (Foto: Divulgação)
Nosso mundo corporativo tem sido moldado por uma narrativa que valoriza a velocidade, a competitividade e a busca incessante por resultados. Crescemos ouvindo que sucesso é ultrapassar concorrentes, conquistar fatias de mercado e acumular vitórias. Mas e se estivermos correndo em círculos? E se o verdadeiro significado de sucesso não estiver em ganhar uma disputa, mas em criar algo que tenha valor para o mundo?
Eu defendo que é hora de sairmos do automático.
Vender não deveria ser uma batalha para derrotar o outro ou vencer uma objeção, mas um ato de compartilhar o que fazemos e temos de melhor. Quando olhamos para o cliente como um parceiro e não como um alvo, abrimos espaço para uma relação mais verdadeira e significativa. Não se trata apenas de oferecer um produto ou serviço, mas de mostrar como aquilo reflete nossos valores, nossa paixão e nosso compromisso com algo maior.
Para construir um universo corporativo mais saudável, precisamos mudar o foco. É claro que resultados importam — as empresas existem para prosperar —, mas o caminho para alcançá-los não precisa ser marcado por pressão exaustiva, burnout e valores sacrificados. Podemos escolher um outro ritmo, um que respeite as pessoas, o meio ambiente e a nossa própria humanidade.
Essa mudança começa dentro das empresas, na forma como lidamos com nossa equipe, nossos parceiros e nossos clientes. Começa quando promovemos ambientes que incentivem a criatividade e a colaboração, em vez de reproduzir estruturas hierárquicas que sufocam ideias. Começa quando valorizamos a jornada tanto quanto o destino, e celebramos não apenas as conquistas, mas o aprendizado e o crescimento ao longo do caminho.
Quero levar vocês, líderes, empreendedores e profissionais, a refletirem: por que sua empresa existe? Que impacto vocês desejam causar? Como vocês podem alinhar seus objetivos de negócios àquilo que verdadeiramente importa?
Se queremos ser agentes de mudança, precisamos parar de olhar para os concorrentes como inimigos e o cliente como alguém a ser persuadido e começar a nos enxergar como uma comunidade que pode aprender uns com os outros. Precisamos sair do automático, abandonar a busca cega por metas que não têm sentido e reconectar nossas ações ao nosso propósito.
No fim do dia, eu creio que vender é um ato de entregar ao mundo o que você tem de mais autêntico e significativo. E isso pode ser transformador para todos os envolvidos.