Geração Z deseja que bancos e outras empresas compartilhem dos seus valores
A geração Z é altamente engajada e bem informada sobre questões de justiça social e sustentabilidade, entre outras envolvendo a coletividade, desejando que o empregador compartilhe desses valores.
Jan Bellens, líder global da EY para Banking & Capital Markets. (Foto: Divulgação)
Quase dois terços da Geração Z sente que é muito ou extremamente importante trabalhar para um empregador que compartilha dos seus valores, de acordo com o estudo Gen Z Segmentation, produzido pela EY. Já levantamento da i4cp (Institute for Corporate Productivity) indicou que 93% desses jovens dizem que sua decisão de aceitar um emprego é afetada pelo impacto geral na sociedade da empresa interessada na contratação. Está claro, portanto, que a Geração Z é altamente engajada e bem informada sobre questões de justiça social e sustentabilidade, entre outras envolvendo a coletividade, desejando que o empregador compartilhe desses valores. As redes sociais potencializam o alcance dessas preocupações, o que por si só é positivo, trazendo o ativismo para o mainstream e, por consequência, para a agenda corporativa.
No entanto, a confiança no sistema bancário tem caído consideravelmente desde a crise financeira de 2008, que produziu efeitos globais, e recentes turbulências econômicas, como falências de bancos e consolidação do mercado, reforçando o ceticismo público em relação a esse setor, especialmente entre os jovens da Geração Z, que confiam mais nas fintechs do que nas instituições financeiras tradicionais. Apesar disso, os bancos continuam tendo enorme influência nos mercados mundiais e representam uma força poderosa do bem em uma série de questões globais, como a crise climática e a desigualdade social. Essa narrativa poderia ser apresentada de forma mais efetiva por eles mesmos para atrair os talentos da Geração Z.
Os bancos desempenham papel relevante para o acesso a recursos financeiros por parte de comunidades carentes, além de aumentar a mobilidade econômica por meio de programas de inclusão financeira, por exemplo. Isso inclui fornecer financiamento para países, comunidades e pessoas físicas que precisam de crédito, bem como expandir o acesso a serviços financeiros para clientes que se identificam como grupos sub-representados, estando entre eles as mulheres, os indígenas e os negros.
Abordar a mudança climática pode ser outro ponto de discussão para as instituições financeiras envolverem a Geração Z. Elas têm inclusive criado uma agenda positiva em torno dessa questão por meio de programas de risco climático e de financiamento sustentável.
Afiar a narrativa em torno do propósito e do impacto social das suas atividades é, portanto, relevante para os bancos atraírem os talentos da Geração Z. As quatro questões abaixo podem auxiliar nessa tarefa.
- Nós estamos realmente nos engajando no diálogo em torno de questões sociais?
- Criamos um ambiente inclusivo em que as pessoas se sentem seguras para compartilhar suas opiniões?
- Nosso posicionamento em questões sociais condiz com nossa marca, nossos valores e nossa cultura?
- Está claro para clientes, colaboradores e para os futuros talentos de que forma somos uma força para o bem da sociedade?