Bancos têm o desafio de atrair Geração Z para força de trabalho
Facilidade com a tecnologia é bem-vinda para os bancos que passam por um momento de transformação digital.
Grupo demográfico representará 27% da força de trabalho. (Foto: Unsplash)
A Geração Z – pessoas nascidas entre 1997 e 2009 – pode oferecer talentos com potencial para colaborar com a resolução dos desafios da indústria bancária. Até 2025, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, esse grupo demográfico representará 27% da força de trabalho. A característica própria desses jovens de facilidade com a tecnologia, já que estão inseridos desde muito cedo nesta realidade de hoje dominada por smartphones e demais dispositivos, é bem-vinda para os bancos, que passam por um momento de transformação digital dos seus negócios em meio às inovações dos sistemas financeiro e de pagamentos.
As CBDCs (Central Bank Digital Currencies) estão entre essas novidades, com os Bancos Centrais em uma corrida global para lançar suas moedas digitais. Mais de 20 países já estão em fase de testes por meio de projeto-piloto, como o Brasil. Open Banking (Open Finance no Brasil) e tecnologias de pagamento instantâneo (PIX no Brasil) também têm alterado a dinâmica financeira, trazendo oportunidades e riscos para as instituições financeiras em uma velocidade nunca antes vista.
Outra característica dos jovens da Geração Z é resiliência, já que cresceram durante uma recessão global e em um cenário político polarizado, além de vivenciarem a crise climática e já terem passado por uma pandemia. Com tanta instabilidade econômica, eles sofrem com uma taxa de desemprego maior do que as gerações anteriores Baby Boomers, X e Y: o equivalente ao dobro da observada por esses trabalhadores mais experientes, de acordo com dados de 2020 referentes a quase todos os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Há mais de dois bilhões de pessoas da Geração Z no mundo, o equivalente a 30% da população total, o que demonstra que o mercado de trabalho será dominado por esses jovens.
As novas perspectivas dessa geração estão alinhadas com uma base de clientes cada vez mais diversificada observada nas instituições financeiras. Ao lado das suas habilidades em tecnologia, esses jovens têm interesse por dados, incluindo Big Data, analytics e machine learning/inteligência artificial, conhecimentos indispensáveis para qualquer empresa hoje em dia, especialmente para os bancos, que estão cada vez mais interessados em transformar dados em inteligência.
No entanto, não são poucos da Geração Z que têm uma visão cética do setor bancário, encarando-o com desinteresse ou desconfiança. Por várias razões, uma carreira no setor bancário pode não ser tão atraente quanto no passado – e se essa mudança de atitude não for abordada pelas instituições financeiras, os talentos qualificados e críticos dessa geração podem preferir outro setor para atuar. Os bancos precisam acenar para esses talentos e atraí-los para preencher uma ampla gama de funções.
Como parte desses esforços, as instituições financeiras devem demonstrar sua relevância na abordagem, em escala global, de questões sociais, como a desigualdade, e da crise climática por meio respectivamente de programas de inclusão financeira e de financiamento sustentável. A narrativa deve focar, portanto, no papel dos bancos para o bem da sociedade.
Nos próximos artigos, leia sobre alguns caminhos para as instituições financeiras obterem sucesso na atração dos talentos da Geração Z.