São Paulo é a cidade mais cara do Brasil
América Latina sobe em Ranking da Mercer sobre Custo de Vida.
São Paulo lidera a lista nacional após subir 16 posições no ranking. (Foto: Divulgação)
Na edição desse ano, Hong Kong repete-se como a cidade mais cara do mundo segundo o relatório anual “Cost of Living 2023” da Mercer, que analisa a evolução dos preços avaliando mais de 200 itens entre bens de consumo e serviços em 227 cidades dos cinco continentes, incluindo habitação, transporte, alimentação, vestuário, utensílios domésticos e entretenimento. Os dados coletados fornecem todas as informações importantes que os empregadores precisam para projetar pacotes de remuneração eficientes e transparentes para funcionários internacionais.
Mais de um ano após a escalada da crise entre a Rússia e a Ucrânia, bem como o aparecimento de variantes mais contagiosas da COVID-19, muitas economias ainda estão absorvendo as consequências desses eventos. Devido à recente introdução de políticas monetárias domésticas agressivas e ao aperto das condições financeiras globais, é provável que muitas economias experimentem um crescimento de renda mais lento este ano.
As cidades brasileiras subiram no ranking em comparação ao ano passado, com São Paulo liderando a lista nacional após subir 16 posições no ranking ocupando a posição número 152. Abaixo da capital paulista, aparecem Rio de Janeiro (171), Brasília (188), Manaus (196) e Belo Horizonte (199). Um dos principais índices, o valor do aluguel subiu pelo sexto ano consecutivo no país.
Singapura é a segunda colocada no ranking, que saltou seis posições em relação ao ano passado, empurrando Zurique para a terceira posição, seguida por Genebra (4), Basel (5), Nova York (6) e Berna (7). Outras cidades que estão entre as 10 mais caras para funcionários internacionais são Tel Aviv (8), Copenhague (9) e Nassau (10).
Segundo a pesquisa da Mercer, as cidades mais baratas do mundo para expatriados internacionais são: Havana (225), que caiu 83 posições, em parte devido às fortes desvalorizações cambiais em meados do ano passado, e duas cidades no Paquistão: Karachi (225) e Islamabad, que classifica como o mais barato na 227 posição.
O uso cada vez mais recorrente do trabalho remoto tem feito com que muitos funcionários reconsiderem suas prioridades e avaliem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, refletindo sobre os lugares que escolheram para morar.
“A recente pandemia da COVID-19 e as tensões políticas em todo o mundo aceleraram o uso generalizado do trabalho remoto, o que, por sua vez, levou os empregadores multinacionais a reavaliar a maneira como gerenciam sua força de trabalho. A concorrência no mercado global de talentos é acirrada e, com a crise do custo de vida afetando funcionários e organizações, os empregadores precisam ser flexíveis. A estrutura de suas estratégias de remuneração para trabalhadores remotos e expatriados internacionais não deve apenas ser clara, mas também apoiada por dados confiáveis”, disse Yvonne Traber, sócia e chefe global de mobilidade da Mercer.
A edição desse ano fornece aos empregadores informações para desenvolver estratégias de remuneração eficazes para funcionários internacionais, particularmente importantes em mercados onde a oferta de mão de obra é limitada. Da mesma forma, destaca a importância de monitorar as flutuações cambiais e avaliar as pressões inflacionárias e deflacionárias sobre bens, serviços e acomodações em todas as localidades de operação. Além disso, os dados também podem ajudar a determinar e manter pacotes de remuneração para funcionários internacionais e quando trabalham em período integral no exterior.
América Latina e Caribe
Dentro da América Latina e Caribe, Nassau é o local mais caro de acordo com a cesta analisada para funcionários internacionais (número 10 no mundo), seguido por San Juan (44) e Buenos Aires (45).
Das 28 localidades da região incluídas no ranking, 23 experimentam ascensões, em alguns dos casos mais reveladores localizamos Montevidéu (54) que subiu 69 posições e ocupa o 4º lugar no ranking regional, ou Santiago (87), que subiu 43 posições e atualmente ocupa o 7º lugar na lista da América Latina e Caribe.
“É importante lembrar que a inflação e o câmbio impactam diretamente na comparação do custo de vida entre as cidades. O cenário regional reflete um aumento da inflação, o que cria maior pressão para determinar adequadamente a remuneração dos trabalhadores internacionais que trabalham em diferentes localizações geográficas," afirma Inaê Machado Líder de Mobilidade para o Brasil e Co-Líder do Centro de Interesse para LATAM.
Por outro lado, localidades como Panamá (148), Lima (167) ou Rio de Janeiro (171) embora subam posições no ranking global, não tiveram um aumento de mais de 5 degraus, sendo serviços públicos e alimentação em casa e entretenimento as categorias que mais subiram.
Outras regiões
América
A cidade de Nova York (número seis no ranking mundial) continua sendo a cidade mais cara da América do Norte, seguida por Los Angeles (11) e São Francisco (14). Todas as cidades dos EUA no ranking subiram desde o ano passado, com as maiores mudanças em Detroit (+27 posições), Houston e Cleveland (ambas +24 posições).
Em março de 2023, a inflação anual nos Estados Unidos caiu pelo nono mês consecutivo para 5%, a menor taxa desde maio de 2021. Os custos de alimentos e energia subiram mais rapidamente (em comparação com outros custos) quando a inflação começou no final de 2021, mas agora estão esfriando rápido, principalmente os relacionados à energia.
Por outro lado, quedas de preços foram observadas recentemente nos mercados de aluguel residencial dos EUA. Essas mudanças podem ser explicadas por fatores como a incerteza econômica, que se traduz em menor demanda, a onda de demissões na indústria de tecnologia (especialmente em San Francisco) e regras mais rígidas para aluguéis de curto prazo (na cidade de Nova York).
Europa, Oriente Médio e Ásia
Cinco nações europeias estão entre os dez locais mais caros do mundo. Os quatro primeiros estão na Suíça, sendo o quinto Copenhague. Outras cidades mais caras da Europa são Londres, Viena, Amsterdã, Praga (subiu 27 lugares no ranking mundial em relação ao ano passado) e Helsinque.
Este ano, apenas duas das 10 cidades mais caras para se viver em alocações internacionais estão na Ásia, em comparação com quatro no ano passado, mas essas cidades lideram o ranking, com Hong Kong em primeiro lugar, seguida por Cingapura (2). No outro extremo, os dois lugares menos caros do mundo também são cidades asiáticas: Karachi (226) e Islamabad (227).