Fusões e aquisições caem 5% no 1º semestre, mas operações com estrangeiros crescem, aponta KPMG

Alta dos juros e incertezas fiscais explicam retração do mercado interno, enquanto capital estrangeiro impulsiona negócios no Brasil.

HOME-copiar-3-1024x576Paulo Guilherme Coimbra, coordenador da pesquisa e sócio da KPMG. (Foto: Divulgação)

As empresas brasileiras realizaram 739 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano, segundo pesquisa realizada trimestralmente pela KPMG. Esse número representa uma queda de quase cerca de 5% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram concretizados 776 negócios.

O estudo apontou ainda que houve um aumento na quantidade de transações em que investidores estrangeiros compram empresas brasileiras. No primeiro semestre deste ano, foram 199 operações contra 178, no intervalo equivalente de 2024, um acréscimo de quase 12%. O mesmo movimento aconteceu nas operações em que organizações brasileiras adquiriram outra estabelecida no exterior, passando de 47, nos primeiros meses do ano passado, para 58 este ano (23%).

“De forma geral, o cenário de fusões e aquisições permaneceu estável, apesar de questões globais geopolíticas e fiscais no mercado interno. E esses dois tipos de negociações sustentaram o número de transações realizadas este semestre. Por outro lado, as operações domésticas, envolvendo apenas investidores brasileiros, tiveram uma queda, apontando que o mercado interno sofreu uma pequena retração no período, ocasionado pelas altas de juros e discussões fiscais”, analisa o coordenador da pesquisa e sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.


KPMG - Tipos de transações
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Setores – instituições financeiras ultrapassam empresas de internet pela primeira vez em 14 anos

No acumulado do primeiro semestre deste ano, o setor que mais realizou operações de fusões e aquisições foi o de tecnologia da informação (274). Instituições financeiras aparecem em segundo lugar, com 75, ultrapassando o terceiro lugar - empresas de internet (46) - pela primeira vez em 14 anos. Para fechar o ranking dos cinco primeiros, serviços para empresas, com 24, e alimentos, bebidas e fumo, com 22.

Estados e países – São Paulo e Estados Unidos lideram o ranking:

O levantamento da KPMG mostrou que as empresas de São Paulo estiveram envolvidas em 431 operações realizadas no primeiro semestre e que contou com a participação de 23 estados. Minas Gerais e Rio de Janeiro apareceram na segunda e terceira posições com 59 e 47. Em quarto lugar, Rio Grande do Sul e Paraná empataram com 44. Santa Catarina fechou o ranking com 40 negociações.

Com relação aos 42 países que participaram das 287 operações envolvendo estrangeiros, nos primeiros seis meses deste ano, os Estados Unidos lideram a lista com 140 fusões e aquisições. Reino Unido apareceu em segundo com 14; França, com 12, e Espanha, 11. Portugal e Chile fecharam a lista com 9, cada.

Legenda:

Transações Domésticas: entre empresas de capital brasileiro.
CB1: Empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil.
CB2: Empresa de capital majoritário brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior.
CB3: Empresa de capital majoritário brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no Brasil.
CB4: Empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no Brasil.
CB5: Empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital de empresa estabelecida no exterior.