Custo elevado de capital, pressões regulatórias e da cadeia de suprimentos estão entre as principais temáticas dos CEOs para 2025, indica estudo
A última edição da CEO Outlook Pulse também mostra que 62% dos executivos pretendem investir em novas áreas, como joint ventures e M&As.
Leandro Berbert, sócio de Estratégia e Transações da EY Brasil. (Foto: Divulgação)
A EY-Parthenon, braço de consultoria estratégica da EY, uma das principais consultorias e auditorias do mundo, acaba de divulgar a nova edição de 2024 da pesquisa CEO Outlook Pulse, que fornece insights sobre itens da agenda dos conselhos de administração, feita entre julho e agosto de 2024 em 20 países, incluindo o Brasil, com 1.200 CEOs de grandes empresas. Dentre os três principais destaques do estudo estão: elevado custo de capital, pressões regulatórias e da cadeia de suprimentos como temáticas prioritárias para os executivos; além do aprimoramento de portfólios, focando principalmente em desinvestimentos e alianças estratégicas.
O estudo permeia as principais tendências e desenvolvimentos que estão influenciando as principais empresas e mercados, bem como identifica as expectativas dos líderes empresariais para o crescimento futuro e a criação de valor a longo prazo.
“Mesmo com algumas incertezas principalmente em questões macroeconômicas e geopolíticas, o histórico mostra que o setor produtivo está retomando o movimento crescente, principalmente envolvendo uso de tecnologias e capital”, afirma Leandro Berbert, sócio de Estratégia e Transações da EY Brasil.
Quatro grandes temáticas foram abordadas na pesquisa: preços e inflação, crescimento da companhia, talentos e, por fim, tecnologia e investimentos. 60% disseram estar confiantes em relação ao custo de insumos e custo de fazer negócios. Em relação ao crescimento, 54% estão positivos com a receita, 58% em relação a lucratividade e 62% sobre capital de investimento ou fluxo de caixa. Já sobre talentos, 62% estão esperançosos para atração e retenção.
Por fim, ao serem questionados sobre investimentos e tecnologias, os executivos se mostram otimistas em diferentes frentes. 58% em investimento em tecnologias emergentes, 64% em investimentos em operações existentes e 62% em investimentos em novas áreas, como joint ventures e M&As.
Impulsionamento do mercado
Uma das perguntas feitas para os executivos era sobre as principais temáticas que impulsionarão o mercado e os negócios nos próximos 12 meses. Apareceram como mais indicadas como principais prioridades essas quatro temáticas: novas ou potenciais pressões regulatórias (22%), cadeia de suprimentos (20%), elevado custo de capital (18%) e mudanças climáticas e questões ambientais (16%). Segundo Berbert, “esses quatro grandes pilares apontados como principais pontos também estão alinhados com a realidade da região e global, não sendo temas em voga apenas no nosso país”.
Sobre a velocidade de adaptação a essas disrupções que vêm impulsionando mudanças no mercado, 36% afirmam estar acima da média e lidando efetivamente com isso, enquanto 64% entendem que estão progredindo, mas ainda precisam de melhorias em algumas áreas. “O mais significativo quando analisamos essas respostas é que os CEOs já entenderam que essas temáticas vieram para ficar e precisarão entrar na pauta para que seus negócios se adaptem às mudanças. Independentemente da velocidade de adoção, o movimento já está sendo feito”, explica Berbert.
Os CEOs estão priorizando integrar tecnologias emergentes como uma forma de construir inovação. Sobre isso, como prioridade principal eles indicam a adoção de tecnologias emergentes para construir uma vantagem de inovação e impulsionar novas formas de trabalhar (34%), como segunda prioridade vem a adoção de tecnologias disruptivas de forma rápida e sistemática para criar modelos de negócios viáveis (30%) e, fechando o top 3, a realização de investimentos estratégicos em oportunidades de tecnologia disruptiva (16%).
“O estudo também mostrou que os executivos se mostram aptos a colocar em prática as três prioridades citadas acima, o que reduz o gap entre teoria e prática e reforçando a importância da inovação e do uso da tecnologia no core business e na execução das estratégias de negócios”, conta.
Por fim, na linha de estratégias para impulsionar os negócios, as decisões sobre transações, principalmente M&As, spin offs e joint ventures, são apontadas como as que mais sofrem com questões e riscos políticos e que estão frequentemente na pauta dos CEOs.
Desenvolvimento de portfólios
Assim como o otimismo dos executivos no mercado, eles também se mostram comprometidos na oferta de um portfólio alinhado com os negócios e valores. 36% se mostraram extremamente confiante na tomada de decisões rápidas para adaptar o portfólio e ecossistema e 32% estão extremamente confiantes na atualização de KPIs usados para medir o desempenho em relação à estratégia, como novas métricas de sustentabilidade.
Em relação à frequência que é feita a revisão dos portfólios e o alinhamento com a estratégia do negócio, a maioria dos entrevistados (44%) indicou que essa atividade é trimestral, 32% faz semestralmente, 22% mensalmente e apenas 2% uma vez ao ano.
Durante essas revisões, os principais desafios apontados são: falta de agressividade nas revisões devido à complacência quanto ao futuro (30%), incentivo a retenção de unidades de negócios não essenciais (24%), dificuldade em comparação com outros portfólios do setor (24%) e falta de alinhamento entre a equipe de liderança e o conselho sobre decisões (24%).