Brasil sobe para 4º entre os 25 principais destinos globais de investimentos estrangeiros em mercados emergentes
Brasil ficou na frente de Índia, Mexico e África do Sul.
Mark Essle, sócio da Kearney no Brasil, analisa que política comercial e tarifária dos EUA afetem fortemente a trajetória macroeconômica mais ampla do País (Foto: Divulgação)
Conselho de Políticas Globais de Negócios da Kearney acaba de divulgar a edição 2025 do seu Índice de Confiança para Investimento Direto Estrangeiro, o 2025 FDICI Confidence Index. Esta é a 3ª edição do ranking específico dos 25 principais mercados emergentes que devem receber investimentos estrangeiros, analisando o sentimento do investidor em relação aos fluxos futuros de investimento direto estrangeiro.
O Brasil ganhou uma posição na lista, subindo da 5ª para 4ª posição. Quando considerados os países emergentes, o Índice aponta a China em primeiro lugar, seguida pelos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Brasil, Índia e México. No geral, as Américas ostentam o maior número de mercados na lista com oito (um a menos que no ano passado), seguida pela Ásia-Pacífico com sete, Oriente Médio e África com cinco, e Europa também com cinco (um a mais que no ano passado).
Sobre o Brasil, os entrevistados apontaram os recursos naturais (35%) como sua qualidade mais atraente para investimentos, seguida por seu desempenho econômico (30%) e o talento/habilidade de sua força de trabalho e facilidade de fazer negócios (cada um com 28%). Além disso, os incentivos de investimento no Brasil variam de isenções fiscais a financiamento de baixo custo, com muitos setores oferecendo tratamento igualitário a investidores nacionais e estrangeiros, com exceção de saúde, mídia de massa, telecomunicações, aeroespacial, propriedade rural, operações marítimas e seguros.
“Embora a política comercial e tarifária dos EUA adicione alguma incerteza à perspectiva econômica do Brasil, é improvável que impactos setoriais como os da indústria siderúrgica e automobilística afetem fortemente a trajetória macroeconômica mais ampla do País”, explica Mark Essle, sócio da Kearney no Brasil.
Preocupação com riscos
Segundo a Kearney, os resultados deste ano mostram que os investidores estão preocupados com o aumento do risco geopolítico e seu potencial para interrupções na cadeia de suprimentos, o que pode elevar os preços das commodities. Não por acaso, 38% dos investidores pesquisados veem um aumento nos preços das commodities como uma das tendências mais prováveis para este ano e 35% citam como provável o aumento nas tensões geopolíticas, o que representa sete pontos a mais do que no ano passado.
“Com estes riscos em mente, o desempenho doméstico é visto como prioridade máxima para os investidores globais”, afirma Essle. Ele explica que este fator, juntamente com a eficiência dos processos legais e regulatórios, são os dois principais indicadores apontados pelos investidores para definir onde fazer investimentos diretos. A importância dessas questões sugere que os investidores estão cada vez mais focados em indicadores econômicos ao escolher onde investir.