Luis Justo, Rock World: 'O Rock in Rio vai gerar R$ 2,9 bilhões para o Rio de Janeiro e 28 mil empregos'
No ano da celebração dos 40 anos do Rock in Rio, Luis Justo, CEO da Rock World, aposta no Dia Brasil como um momento histórico para o festival.
Luis Justo, CEO da Rock World. (Foto: Francisco Costa/Divulgação)
Faltando menos de 50 dias para a estreia da edição comemorativa de 40 anos do Rock in Rio, o festival enfrenta as adversidades do setor de entretenimento pós-pandemia e promete oferecer momentos históricos. Com o 'Dia Brasil' dedicado à música brasileira, um Palco Mundo ainda mais interativo e um recorde em licenciamento de marcas, com quase 100 milhões de unidades de produtos produzidas — de chicletes a automóveis.
Luis Justo, CEO da Rock World, empresa que gerencia o Rock in Rio, afirma que esta edição será histórica e já imagina o público inteiro cantando "Evidências", a canção icônica na voz da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó. Em entrevista, ele também destacou o compromisso da marca com a sustentabilidade e a diversidade.
Como você avalia e posiciona o Rock in Rio neste cenário de crise do setor de festivais?
Na minha visão, era esperado considerando o cenário pós-pandemia, onde as pessoas estão ávidas para sair de casa e viver experiências ao vivo. Houve uma retomada e uma oportunidade gigante que foi experimentada nos últimos dois anos, extremamente positiva pela necessidade de profissionais voltarem ao trabalho. Já havia uma expectativa, natural não só no Brasil, mas globalmente, de como qualquer expansão teria um movimento de acomodação. Com 40 anos de história, já passamos por todas as mudanças de planos. Acredito que esta edição comemorativa será realmente histórica. Já consigo visualizar o Rock in Rio cantando "Evidências".
Nesta edição, teremos um dia dedicado à música brasileira. Como foi essa escolha e como o festival une a diversidade e sustentabilidade na estratégia de negócio?
Sempre afirmo que a diversidade é uma potência. A contribuição de várias perspectivas, vindas de experiências e origens diferentes, é o que construiu estes 40 anos. Não se sobrevive sem a capacidade de se reinventar, e a reinvenção vem justamente da contribuição dos diversos. Uma das grandes riquezas que o Brasil pode se orgulhar é sua essência diversa, e isso deve se refletir na sociedade, nas empresas e nos palcos.
O Rock in Rio é um exemplo em acessibilidade porque assumimos o compromisso de sempre melhorar e incluir pessoas com deficiência no planejamento das experiências — essa perspectiva é fundamental para nós. E isso continuará sendo cada vez mais presente na nossa agenda empresarial.
Estamos certificados há 10 anos pela ISO 121, que aborda de maneira integral a questão da sustentabilidade. Segundo estudo da FGV, nesta edição, serão gerados R$ 2,9 bilhões para a cidade do Rio de Janeiro e 28 mil empregos. Os impactos são diversos. A sustentabilidade é um caminho contínuo.
Quanto ao 'Dia Brasil', o Rock in Rio enfrenta um paradoxo: temos um grande reconhecimento por trazer grandes artistas internacionais, mas também temos o compromisso de levar o nome do Brasil para o mundo através de nossos parceiros de mídia e participação de artistas brasileiros em edições internacionais. Queríamos ter um dia inteiro dedicado à diversidade da cultura nacional.
Quais são as outras novidades que veremos nesta edição comemorativa?
O Palco Mundo terá ainda mais LED, com seis telões, marcando um novo recorde para o festival e trazendo mais vida para celebrar os 40 anos. No total, são 335 toneladas de estrutura neste palco, com 86 módulos cenográficos feitos de aço reciclável da Gerdau, pesando 550 kg cada. Além disso, será maior que na última edição, com 860 metros quadrados, 104 metros de largura e 30 metros de altura — equivalente a um prédio de 10 andares.
Neste 'Dia Brasil', teremos outras experiências emocionantes, como o show da Esquadrilha Ceu, que fará ballet acrobático. E, pela primeira vez, teremos um vídeo mapping acontecendo em todo o palco antes da entrada do artista, contando uma narrativa de celebração destes 40 anos.