Presidente da Eletrobras afirma que sistema elétrico ‘inspira a retomada’ da infraestrutura no Brasil

Wilson Ferreira Júnior participou do 8º Fórum LIDE de Energia, que reuniu virtualmente empresários, especialistas e representantes do poder público para debater o setor.

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Wilson Ferreira Júnior participou do 8º Fórum LIDE de Energia. (Foto: Reprodução)

O 8º Fórum LIDE de Energia reuniu virtualmente o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, a presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Clarissa Lins, o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos Penido, e o engenheiro Décio Oddone, na segunda-feira (24). Os expositores debateram sobre a eficiência de gestão do setor.

A transmissão ao vivo e interativa ocorreu em virtude da pandemia da Covid-19, em medidas alinhadas às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de autoridades sanitárias brasileiras, respeitando o isolamento social. A live foi mediada pelo chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, pelo presidente do LIDE Energia, Roberto Giannetti da Fonseca, e do diretor-executivo do Grupo Doria, João Doria Neto.

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, abriu o evento defendendo o setor como elemento fundamental para o crescimento do país. "O sistema elétrico é um dos agentes que inspiram a retomada da infraestrutura, pois ele é calcado em política e regulamentação muito sólida, e constituiu os órgãos que viabilizam o processo de crescimento de forma harmônica. Temos grande oportunidade para este mercado”. 

O executivo da estatal defendeu investimentos em alternativas ao lembrar que o Brasil tem o maior setor elétrico do Brasil. "Angra 1 e 2 ficaram entre as 10 usinas mais disponíveis do sistema nuclear mundial. Isso demonstra que é uma energia importante para o sistema nacional. E o benefício que a Angra 3 trará para a produção de energia é grande, além de ter uma das plantas mais modernas do mundo".

Transição

Os participantes do primeiro painel debateram sobre as energias renováveis. O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos Penido, falou sobre transição energética na estrutura pública. “Poucas pessoas sabem, mas as plantas de projetos do CDHU em São Paulo já contam com painéis fotovoltaicos solares com medidores de consumo. Temos de ser produtivos para ampliar esse consumo”.

Penido também se mostrou favorável à transição da matriz energética que possa colaborar diretamente em todos os setores da sociedade. “O Biogás pode ser aproveitado nos veículos e ser transformado em energia. Temos um projeto, em parceria com a Raízen, que já está produzindo 21 megawatts e mostra a viabilidade da vinhaça, subproduto da cana-de-açúcar, para gerar energia”, contou.

O vice-presidente Executivo de Logística, Distribuição e Energias Renováveis na Raízen, Antônio Simões, disse ser urgente a disseminação de outras fontes de energias no país. “Temos de falar sobre transição energética e retomada verde, sobre investimento em projetos com emissão de carbono mais sustentáveis. É um desafio para o Brasil crescer nessa área de energia e criação de um mercado competitivo”, ponderou.

Para o executivo, é importante envolver diversas camadas da sociedade de modo que haja aceitação e incorporação de novos processos. “Estamos desenvolvendo uma série de projetos com um conceito amplo de economia circular, para termos a melhor utilização da biomassa, a criação de um mercado competitivo e o oferecimento de um produto completo para o consumidor brasileiro. Temos um desafio enorme e queremos liderar esse processo”, afirmou.

No mesmo contexto, o CEO da WDC, Vanderlei Rigatieri, disse ser indispensável utilizar o setor de maneira pró-ativa para encontrar soluções e otimizar recursos. “A tecnologia tem que melhorar a qualidade de vida das pessoas. E gostamos de descomplicar essas inovações. Estamos focados na geração distribuída, no compromisso com a eficiência energética, e no conceito de incentivar o consumo inteligente de energias”.

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Presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Clarissa Lins, participa de painel. (Foto: Reprodução)

Diversificação

O segundo painel tratou sobre o panorama do setor de óleo e gás. A presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Clarissa Lins, acredita no desenvolvimento deste segmento. “Já estamos no momento de votar o Projeto de Lei6.407/13 para o desenvolvimento do setor de O&G no Brasil. Isso atrairá investimentos e trará a possibilidade de diversificação de gás, pois poderemos falar com um mercado mais competitivo.

Segundo ela, o setor de óleo e gás se manteve ativo durante a crise provocada pela pandemia por equilibrar o envio de produtos ao exterior. “O Brasil, até agora, amenizou o impacto da crise na produção de petróleo com o aumento da exportação de óleo bruto, principalmente para a China. Apesar da pandemia, a importação de petróleo pelo mercado chinês aumentou 10%”, explicou.

O engenheiro Décio Oddone, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), acredita ser indispensável a discussão que permita a distribuição de energia a todos os brasileiros.  “Temos que ter a universalização da eletricidade. E segundo análises, no Brasil, vamos ver a competição entre combustíveis em um futuro próximo. Devemos ter também um grid mais inteligente, hidrogênio, e mais carros elétricos”, citou.

Além de universalizar, Oddone entende que o setor precisa aproveitar a diversificação de fontes para ser efetivo.  “O processo de evolução não acabou ainda. Cerca de 1 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade. Hoje, 2 bilhões e meio de pessoas cozinham com biomassa. Falamos muito do impacto ambiental, que é importante debater, mas não podemos esquecer a importância que a energia tem”, finalizou

O 8º Fórum LIDE de Energia teve patrocínio da Cosan e WDC Networks. O fornecedor oficial do evento foi a RCE Digital.