Tramontina substitui o uso de gás natural por biometano em parte de suas operações industriais

Gás renovável será fornecido pela Ultragaz e permite avanço na matriz energética da indústria gaúcha no âmbito da redução das emissões de carbono.

ultragazGás renovável será fornecido pela Ultragaz e permite avanço na matriz energética da indústria gaúcha no âmbito da redução das emissões de carbono. (Foto: Divulgação)

A Tramontina começou a utilizar biometano em duas de suas unidades industriais no Rio Grande do Sul, tornando-se uma das empresas pioneiras no estado a adotar o combustível renovável em seus processos produtivos. O projeto, considerado um passo relevante na diversificação da matriz energética da indústria gaúcha, visa reduzir as emissões de carbono em 310 toneladas/mês.

O biometano é um gás produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos, como lixo urbano e dejetos agrícolas. Com propriedades semelhantes às do gás natural, ele pode substituí-lo em diversas aplicações industriais, com impacto ambiental significativamente menor. Enquanto mil metros cúbicos de gás natural geram cerca de 2,1 toneladas de CO₂ equivalente, o mesmo volume de biometano não apresenta emissões totais de gases do efeito estufa.

Embora o uso desta alternativa já esteja em curso em outras regiões do Brasil, especialmente em empresas de grande porte, a adoção do gás no contexto industrial do Rio Grande do Sul ainda é novidade. Por isso, a iniciativa da Tramontina representa um avanço para o setor no estado, indicando que soluções sustentáveis já estão tecnicamente viáveis e em processo de implementação.

“A adoção do biometano é uma forma concreta de enfrentar as mudanças climáticas sem abrir mão da competitividade. É possível reduzir a pegada de carbono, manter a eficiência operacional e, ao mesmo tempo, incentivar outras empresas a seguir pelo mesmo caminho. Estamos felizes em liderar este movimento no estado”, afirma Giovane Capitani, Diretor Corporativo da Tramontina.

O fornecimento do combustível e adaptação da infraestrutura são feitos pela Ultragaz, protagonista na distribuição de biometano off-grid (fora da rede de gasodutos). O empreendimento da fornecedora tem capacidade instalada para gerar 66 mil m³ de gás por dia. O transporte até as fábricas da Tramontina é feito por caminhões movidos pelo próprio combustível renovável.

“A iniciativa da Tramontina reforça o papel estratégico do biometano na diversificação da matriz energética da indústria brasileira. Trata-se de uma solução tecnicamente viável, que permite ganhos ambientais relevantes sem comprometer a eficiência operacional. Para a Ultragaz, é motivo de satisfação contribuir com esse processo, viabilizando o fornecimento de um combustível renovável que se alinha aos compromissos de descarbonização do setor produtivo no Rio Grande do Sul”, comenta Erik Trench, diretor de gases renováveis da Ultragaz.

A escolha pelo combustível alternativo está alinhada à política de sustentabilidade da companhia, que estabelece diretrizes para uso responsável de recursos naturais, redução de emissões, valorização de resíduos e incentivo à economia circular. A transição energética faz parte desse plano, que tem como foco garantir a continuidade dos negócios com menor impacto ambiental. A partir da implementação nas duas unidades fabris, a empresa pretende analisar a possibilidade de expandir o projeto.

De olho no futuro

A decisão da Tramontina ocorre em um momento estratégico. A redução das emissões de carbono nas cadeias produtivas, antes considerada um conceito de longo prazo, tem sido cada vez mais tratada como uma exigência prática para a competitividade. Em um cenário de consumidores mais atentos, regulação mais rigorosa e exigência crescente por parte do mercado internacional, ações concretas de redução de emissões ganham novo peso — e colocam o país sob os holofotes como referência em soluções sustentáveis.

O uso do biometano representa um tipo de solução que tende a ganhar espaço nos próximos anos, à medida que mais empresas buscam alternativas para tornar suas operações menos dependentes de combustíveis fósseis. Com esse movimento, a Tramontina se antecipa a tendências de mercado e políticas ambientais que devem se tornar cada vez mais relevantes no ambiente industrial brasileiro.