Mineração aumenta em 40% os investimentos em sustentabilidade
Grande parte dos investimentos nos próximos anos contempla soluções para destinação de resíduos, diz estudo da EY.
Grande parte dos investimentos contempla soluções para destinação de resíduos. (Foto: Agência Brasil)
O setor de mineração no Brasil prevê investimentos de US$ 38 bilhões até 2024, cerca de 40% a mais do que no período entre 2019 e 2023. Parte significativa desses recursos servirá para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para o tratamento dos resíduos de produção mineral e para o descomissionamento (encerramento) de barragens. Do volume total a ser colocado no setor, mais de 80% estão concentrados nos estados de Minas Gerais (US$ 13,2 bilhões), Bahia (US$ 10,5 bilhões) e Pará (US$ 8,8 bilhões).
As informações constam no estudo “Riscos e Oportunidades de Negócios em Mineração e Metais no Brasil”, realizado pela EY. O levantamento, feito em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), apresenta uma análise do cenário atual e as perspectivas da mineração no país.
“O maior componente de crescimento nos investimentos vem de modificações nas formas de administrar os rejeitos, para que o setor opere de maneira cada vez mais segura. Isso é fundamental para a responsabilidade do setor com o meio ambiente e a sociedade”, afirma o líder de Mineração e Metais da EY na América do Sul, Afonso Sartório.
A atividade mineradora é estratégica para a economia brasileira, contribuindo não apenas para a arrecadação de tributos como também na geração de 1,9 milhão de empregos diretos e indiretos, segundo informações do Ministério da Economia. Mesmo assim, o setor passa por um momento desafiador.
De acordo com o estudo da EY, o Brasil vem passando por uma transformação em função dos recentes rompimentos de barragens. Novas legislações, resoluções, portarias e decretos estão sendo discutidos, impondo novos requisitos para atividade mineradora.
“O setor de mineração é um dos principais responsáveis por fomentar a inovação tecnológica no território brasileiro, com grande parte dos recursos necessários direcionados a projetos com foco em melhoria da eficiência energética e na redução dos impactos ambientais”, afirma o líder de Mineração e Metais da EY na América do Sul, Afonso Sartório.
“Nossa principal preocupação é trabalhar em prol de uma mineração ainda mais responsável e sustentável. É isso que os investidores e a sociedade estão observando em todo o mundo. Não há escolhas, precisamos atentar a todas as questões socioambientais e tratá-las como prioridade”, afirma o diretor-presidente do Ibram, Flávio Penido.
Segundo o estudo, os próximos anos trazem boas perspectivas para a mineração no país, por causa de fatores como recuperação da demanda mundial por commodities, maior estabilidade geopolítica dos países no pós-pandemia e crescimento econômico das nações. Porém, é necessário transformar essa recuperação em um bom legado de sustentabilidade no setor para o Brasil, com as seguintes diretrizes: aperfeiçoamento de temas sociais, ambientais e de segurança operacional; alinhamento regulatório e investimentos constantes em inovação e produtividade, em consonância com a preservação ambiental.
“É muito importante para o investidor a estabilidade nas regras de concessão, tributação e exploração. Afinal, são negócios e contratos muito longos, de 30 anos ou mais”, diz Sartório.
(Fonte: Agência EY)