André Salcedo: 'A universalização do saneamento precisa chegar para quem não pode pagar'

Ao lado de outros empresários e especialistas, ex-presidente da Sabesp destacou a importância das privatizações no setor. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

A urgência de novos investimentos e os desafios da universalização do saneamento básico no Brasil foram as principais pautas que nortearam os debates do Seminário LIDE | Infraestrutura, realizado na manhã desta sexta-feira (1º), na CASA LIDE, em São Paulo. O evento reuniu empresários, autoridades e especialistas e teve moderação de Roberto Giannetti, head do LIDE Energia.

Professor titular do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da USP, José Carlos Mierzwa destacou que o principal desafio para a universalização do saneamento é o econômico.

"O Brasil ainda tem problemas de planejamento nesse setor. Investir em saneamento básico é investir em saúde. É inviável pensar em respeito ambiental sem passar pelo saneamento, é uma questão de sobrevivência".

Para Gesner Oliveira, coordenador do Centro de Estudos e Soluções Ambientais na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-presidente da Sabesp, o avanço do marco saneamento é ponto fundamental para o crescimento. "É essencial, também, pensar na água de reuso. Nós utilizamos muito pouco esse recurso em comparação a outros países com proporções territoriais semelhantes às nossas, como Estados Unidos, Austrália e China. É preciso pensar e investir em um marco para a água de reuso".

Gesner Oliveira, coordenador do Centro de Estudos e Soluções Ambientais na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-presidente da Sabesp. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

Benedito Braga, presidente honorário do World Water Council, destacou a necessidade de ir além ao pensar na infraestrutura de saneamento. "O saneamento não é só água e esgoto, é preciso pensar também na destinação de resíduos sólidos. Cerca de 60% dos municípios da região Norte ainda fazem descarte em lixões", alertou.

No segundo painel, executivos destacaram o papel das privatizações e novos investimentos no saneamento básico como fator de desenvolvimento socioeconômico do país.

Rogério Tavares, vice-presidente de Relações Institucionais das AEGEA. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

Vice-presidente de Relações Institucionais das AEGEA, Rogério Tavares enfatizou a importância dos investimentos em saneamento para o desenvolvimento humano. "A água tratada é um fator essencial para a evolução da humanidade, assim como descobertas como o antibiótico, entre tantas outras".

André Salcedo, ex-presidente da Sabesp, falou sobre o processo contínuo de comunicação e aproximação das pessoas em seu período à frente da companhia. "Por meio da CUFA e da Gerando Falcões, nos aproximamos das comunidades para entender as principais necessidades. O grande marco do setor de infraestrutura em rede é a regulação com base no investimento em ativos que garantem que a universalização vai chegar para quem não pode pagar".

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