Quase 80% das empresas de capital aberto no Brasil adotam políticas de gestão de riscos
PwC Brasil avaliou o avanço das práticas de fiscalização, auditoria e ética nos Informes de Governança de 2020 a 2025.
Pesquisa avaliou o avanço das práticas de fiscalização, auditoria e ética. (Foto: Freepik)
A evolução das práticas de governança entre empresas de capital aberto esteve entre os destaques da análise dos Informes de Governança de 2025, conduzida pela PwC Brasil, com base em dados de 363 companhias com ações negociadas em bolsa no país. O estudo constata o crescimento na adoção de políticas robustas de gerenciamento de riscos, o fortalecimento da auditoria interna e da auditoria independente, e a criação de comitês de conduta entre estas empresas nos últimos seis anos.
Entre os avanços mais expressivos estão:
• Política de gerenciamento de riscos: Em 2025, 78,8% das empresas afirmaram adotar uma política aprovada pelo conselho de administração, frente a 54,6% em 2020 — um salto de 24,2 pontos percentuais.
• Execução e avaliação da política e dos sistemas de gerenciamento de risco pela diretoria: A execução da política de gestão de riscos pela diretoria foi declarada por 81,8% das empresas (20,0 pontos percentuais acima de 2020), e a avaliação periódica de sua eficácia por 72,2% (20,6 pontos percentuais acima de 2020).
• Supervisão pelo conselho: A responsabilidade do conselho de administração em supervisionar os mecanismos de controle interno e riscos foi reconhecida por 83,2% das empresas, contra 65,6% em 2020.
“A melhoria contínua das práticas de gerenciamento de riscos é essencial para fortalecer a resiliência das empresas frente a um ambiente de negócios cada vez mais complexo e dinâmico. O avanço observado entre 2020 e 2025 demonstra um esforço consistente das companhias brasileiras de capital aberto em estruturar políticas mais eficazes, com execução e supervisão alinhadas entre diretoria e conselho. Esse movimento contribui diretamente para o amadurecimento da governança corporativa no país, promovendo maior transparência, integridade e capacidade de resposta aos desafios estratégicos de longo prazo”, observa Kieran McManus, sócio de Mercado de Capitais da PwC Brasil.
No campo da auditoria, os dados também revelam avanços significativos:
• Comitês de auditoria estatutários: A presença desses comitês com atribuições definidas foi registrada por 45,5% das empresas em 2025, frente a apenas 22,6% em 2020.
• Reporte da auditoria independente ao comitê de auditoria: A prática de reporte direto ao comitê de auditoria passou de 55,1% para 77,7% no período.
• Auditoria interna vinculada ao conselho: A vinculação direta da auditoria interna ao conselho de administração foi reportada por 64,7% das empresas, ante 46,0% em 2020.
No eixo da ética e conformidade, destaca-se:
• Adoção de comitê de conduta: Em 2025, 57,9% das empresas declararam possuir comitê de conduta com independência e autonomia, um avanço de 19,7 pontos percentuais em relação a 2020 (38,2%).
“Os dados de 2025 mostram uma evolução consistente em áreas críticas como riscos, auditoria e ética, refletindo maior maturidade e compromisso com boas práticas de governança”, avalia McManus.
Entre as 363 companhias analisadas em 2025, apenas quatro declararam aderência integral aos itens recomendados pelo Código Brasileiro de Governança Corporativa. Esse resultado evidencia o compromisso dessas organizações com os mais elevados padrões de governança, transparência e responsabilidade corporativa, posicionando-se como referência no mercado brasileiro. A informação consta nos dados consolidados reportados pelas próprias empresas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).