Brasil lidera ranking de atividades de fusões e aquisições no primeiro trimestre de 2024, segundo Aon e TTR Data
Duas das maiores transações foram registradas no país.
Brasil lidera o ranking de países mais ativos da América Latina em fusões e aquisições. (Foto: Unsplash)
A Aon plc (NYSE: AON), líder global em serviços profissionais, divulgou o mais recente relatório feito em conjunto com a TTR Data, em que o Brasil lidera o ranking de países mais ativos da América Latina em fusões e aquisições (M&A) durante o primeiro trimestre de 2024. Foram 376 transações, representando uma queda de 22% em relação ao mesmo período de 2023, movimentando um capital de US$ 8,066 bilhões, uma redução de 2% comparado ao mesmo período do ano passado.
“Apesar das atividades de M&A no Brasil registrarem queda neste início de 2024, o valor médio das transações aumentou, destacando o apetite do investidor por empresas em estágios mais maduros de operação e demonstrando que ainda há dry powder para investir. Outro aspecto importante é o número de transações domésticas, que aponta para estratégias de crescimento inorgânicos. Por essa razão, o capital movimentado teve uma queda muito menor que o número de transações. Entretanto, a maior transação no setor financeiro do trimestre ocorreu no Brasil, indicando a retomada de investimentos por parte das empresas”, explicou Pedro Costa, líder de M&A e Transaction Solutions para Aon no Brasil.
Brasil realiza duas das maiores transações da região
Com uma operação avaliada em US$ 1,177 bilhão, a empresa de serviços financeiros Cielo passou por uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) executada por seus controladores. Esta transação ainda carece de aprovações regulatórias para sua conclusão. Em segundo lugar, a Arezzo&Co fez a aquisição do Grupo Moda Soma, com uma transação avaliada em US$ 1,148 bilhão.
Transações internacionais
No cenário externo, os Estados Unidos continuam sendo o principal investidor no Brasil, com 41 negociações que geraram um valor aproximado de US$ 1,465 bilhão. Singapura segue com 10 transações avaliadas em US$ 1,050 bilhão e Canadá com cinco transações que representaram US$ 723 milhões. No caminho inverso, o Brasil focou seus investimentos nos Estados Unidos com quatro transações e em países da região como Colômbia (quatro negociações) e Argentina (duas).
Indústrias em foco
As indústrias mais ativas no Brasil durante o período foram as relacionadas a Internet, Software & Serviços de TI (79 negociações), Imóveis (41), Softwares Especializados para Determinadas Indústrias (28) e Suporte Estratégico aos Negócios (27), seguindo a tendência de anos anteriores
Capital privado e capital de risco
No primeiro trimestre de 2024, foram contabilizadas 26 transações de Private Equity no valor de US$ 1,025 bilhão, enquanto o segmento de Venture Capital realizou 107 transações que geraram um valor de US$ 454 milhões.
Perspectivas para a América Latina
A América Latina experimentou um declínio geral no mercado de transações, registrando um total de 603 fusões e aquisições, tanto anunciadas quanto concluídas, o que representa uma diminuição de 22% em relação ao primeiro trimestre de 2023, e um valor agregado de US$ 11,185 bilhões, representando uma queda de 10% na mesma comparação.
“Atualmente enfrentamos um ambiente relativamente instável em contraste com o último trimestre do ano passado. No entanto, este ano estão sendo executados grandes acordos, sendo a infraestrutura, a mineração e energias renováveis os principais setores no foco dos investidores na América Latina. O ambiente de investimento está cada vez mais competitivo e volátil, e, portanto, a capacidade de transferir o risco de forma eficaz é fundamental.”, explicou Natalia Char, head of Commercial Risk para América Latina.
Atrás do Brasil, no segundo lugar do relatório, ficou o México, com 69 transações realizadas, representando uma queda de 27% em relação ao primeiro trimestre de 2023 e uma diminuição de 45% no valor agregado (US$ 967 milhões). A Colômbia subiu para o terceiro lugar do ranking, com 61 transações (uma queda de 2%) e um aumento de 309% no capital movimentado (US$ 2,066 bilhões), enquanto o Chile desceu para a quarta posição com 61 transações (queda de 40%) e uma diminuição de 79% no capital movimentado (US$ 511 milhões).