Muito além da Broadway: Nova York se reinventa como capital mundial do turismo de luxo

Segundo dados da organização, o impacto econômico dos visitantes do segmento de luxo é três vezes maior do que o do turista médio.

beautiful-modern-buildings-new-york-city-usaViajantes de alto poder aquisitivo se tornaram prioridade estratégica para Nova York.

Com impacto econômico três vezes maior do que o do turista médio, os viajantes de alto poder aquisitivo se tornaram prioridade estratégica para Nova York. Segundo dados da NYC Tourism + Conventions, organização responsável pela promoção turística da cidade, esse segmento representou 17% do total de visitantes em 2024 — mas foi responsável por uma parcela desproporcional dos resultados econômicos: mais de US$ 51 bilhões em gastos diretos que, somados a outras atividades, geraram um impacto estimado em US$ 79 bilhões e sustentaram mais de 388 mil empregos.

Ao todo, 10,7 milhões de viajantes de luxo desembarcaram na cidade, um salto de 23% em relação a 2019. Para Julie Coker, presidente e CEO da NYC Tourism + Conventions, Nova York reúne alguns dos produtos e experiências mais desejados do planeta. “Esse público sofisticado gera um impacto extraordinário, e estamos focados em fortalecer parcerias comerciais e destacar as oportunidades únicas dos cinco distritos da cidade — da hotelaria à gastronomia, passando por cultura, compras e bem-estar”, afirma.

Estratégia de luxo

Nova York foi o primeiro destino a lançar um Luxury Hub exclusivo para agentes de viagens especializados no segmento, com acesso protegido por senha e foco em conteúdo personalizado. A plataforma digital se soma a um conjunto de ações voltadas à capacitação e relacionamento, como o novo módulo de luxo na NYC Travel Trade Academy, guias B2B atualizados regularmente e presença em eventos-chave como ILTM Cannes, Connections Luxury America e Virtuoso Travel Week.

A cidade também reforçou parcerias com grupos hoteleiros e empresas de alto padrão, além de integrar consórcios internacionais como Serandipians e Virtuoso.

Novos endereços e experiências exclusivas

A reabertura do icônico Waldorf Astoria, marcada para setembro de 2025, promete ser um dos grandes acontecimentos da hotelaria global, com 375 quartos, um spa Guerlain de 2.800 m² e os restaurantes Lex Yard e Peacock Alley. Entre os destaques recentes, estão o Warren Street Hotel (Firmdale Hotels), inaugurado em fevereiro de 2024, o The Surrey (Corinthia), reaberto em outubro, e o Four Seasons Hotel New York, que voltou a operar em novembro de 2024.

Para quem busca experiências únicas, o Aman New York oferece passeios náuticos personalizados no verão, enquanto o 1 Hotel Central Park apresenta a nova cobertura Park Penthouse. No circuito cultural, a aguardada reabertura da The Frick Collection, prevista para abril de 2025 após uma renovação de US$ 220 milhões, reforça a vocação da cidade para unir arte e exclusividade.

Nas compras, a icônica Quinta Avenida celebra 200 anos com joalherias como Tiffany & Co., Prada e Louis Vuitton, enquanto a Madison Avenue recebe novas boutiques de Boucheron, Armani, Jimmy Choo e Van Cleef & Arpels. Outro marco foi a chegada da Printemps, que inaugurou sua flagship nos Estados Unidos em março de 2025.

Nova York também lidera o ranking de cidades norte-americanas com mais restaurantes estrelados pelo Guia Michelin, com novidades como o La Tête d’Or, de Daniel Boulud; o Maison Passerelle, do chef Gregory Gourdet; e o Locanda Verde, de Andrew Carmellini.

O luxo se estende aos eventos: o Barclays Center apresenta experiências sob medida no Crown Club e no espaço JetBlue at The Key, enquanto a cidade já organiza pacotes de hospitalidade para a Copa do Mundo FIFA 2026. Parcerias com DMCs complementam a estratégia, oferecendo vivências personalizadas para os viajantes mais exigentes.