Robb Report Brasil - Edição 17: Viva o Brasil Moderno

Um centenário de experiências culturais brasileiras que se seguiram a ela, como a bossa nova, o tropicalismo e os contemporâneos.

Oscar Wilde escreveu que nada é tão perigoso como ser moderno demais. “Fica-se com uma tendência a virar antiquado de repente.” Esta edição de Robb Report Brasil é uma homenagem à modernidade e à cultura brasileira a partir de efemérides importantes que o ano de 2022 reúne. A começar pelos 100 anos da Semana de Arte Moderna. E um centenário de experiências culturais brasileiras que se seguiram a ela, como a bossa nova, o tropicalismo e os contemporâneos.
 
Mas a questão é mais funda e urgente. “É tudo pra ontem”, como diz o rapper Emicida, em seu documentário AmarElo, exibido pela Netflix. O Brasil tem um passado moderno que vem da riqueza de sermos a pátria de Machado de Assis, um colosso da modernidade.
 
“2022 é um ano decisivo para o destino do Brasil moderno. Vamos afundar nessa regressão desmanteladora da cultura ou o país é capaz de responder a isso e afirmar outras possibilidades?” Porque o que está aí é antimoderno”, atesta o músico e professor de literatura da USP José Miguel Wisnik, um dos maiores intelectuais do País. Ele explica nas páginas a seguir a questão central que nos remete à importância de se discutir o modernismo hoje.
 
CAPA_ROBB REPORT ED 17
 
Tarsila do Amaral é retratada por sua sobrinha-neta, Tarsilinha, em entrevista à jornalista Luciana Franca.  O Rio de Nara Leão, a partir do sucesso no Globoplay do documentário sobre a cantora, foi narrado em matéria por Rosangela Honor. Os 60 anos da canção Garota de Ipanema viraram discussão em Paris no congresso da Associação Mundial de Psicanálise e está nas páginas, a partir da ideia do psicanalista Jorge Forbes de entrevistar a musa viva, Helô Pinheiro, na flor de seus 76 anos.  Esta edição também traz o magnetismo das imagens de Sebastião Salgado no seu projeto Amazônia. 
 
Convidamos o jornalista Leão Serva, diretor de jornalismo da TV Cultura, e que acompanhou o grande fotógrafo brasileiro em suas expedições, a escrever um texto sobre as imagens do paraíso ameaçado. Entre suas histórias maravilhosas, o escritor e imortal Ignácio Loyola Brandão, que acaba de pôr um ponto final em um novo romance que tem como cenário o Brasil de hoje, conta por que ter assistido à posse de Fernanda Montenegro na Academia Brasileira de Letras foi uma das maiores emoções da sua vida. Entrevistamos ainda Luiz Calainho, que retomou o projeto do Tim Noites Cariocas, e Rodrigo Ohtake, herdeiro de Ruy Ohtake.
 
E, por fim, uma notícia que nos honra. A edição deste mês da Robb Report Itália estampa uma capa criada em 2018 por Robb Report Brasil, com desenho do artista Fabrizio Lenci e direção de arte de Kareen Sayuri. Essa é a nossa segunda capa exportada. A primeira foi para a Robb Report Suécia, com o desenho do artista Francisco Martins, que assina a ilustração de capa desta edição. Martins se inspirou em obras de Tarsila do Amaral para construir a imagem de capa e estilizou uma Lady Abapuru, nome batizado por Silviane Neno ao ver a capa, de olho no futuro, fazendo de luneta o Pão de Açúcar.