Pura suavidade fashion : Burberry, Ralph Lauren e Chanel

O negócio começou fabricando materiais resistentes a preços acessíveis.

Os cashmeres italiano e escocês são considerados os mais valiosos. No entanto, o favorito de marcas poderosas como Burberry, Ralph Lauren e Chanel vem da Inglaterra. Mais especificamente de Joshua Ellis, que fundou a fábrica que leva seu nome em 1767, na pequena cidade de Batley, no condado de Yorkshire. A escolha do local se deve à proximidade com as nascentes de água que ainda são usadas para tratar os tecidos. O negócio começou fabricando materiais resistentes a preços acessíveis. Entre os primeiros clientes estavam o exér cito, que precisava de um constante suprimento de tecido de lã para uniformes, mas não demorou para Ellis entender que, para ter sucesso a longo prazo, precisava também explorar outro nicho no mercado: o do luxo.

No século 18, Yorkshire era um centro têxtil global, cheio de fábricas semelhantes que teciam tweeds e lãs para exportação. A solução foi superar a concorrência e se especializar em fibras de luxo, como o cashmere. Funcionou. No auge, Joshua Ellis era o maior empregador em Batley, com 300 funcionários. Hoje, a empresa tem um time de 65 pessoas sob a administração do diretor Oliver Platts, que trabalhou para modernizar a marca e melhorar as credenciais de sustentabilidade da fábrica, mantendo seu espírito de cidade pequena.

No auge, Joshua Ellis era o maior empregador em Batley, com 300 funcionários.

Além de tecidos de luxo em cash mere e escorial (uma lã especial, originária da Austrália e da Nova Zelândia) para marcas de moda, Joshua Ellis produz seus próprios acessó rios. Suas grandes e macias echarpes de cashmere são excepcionais, feitas de forma semelhante aos processos utilizados no século passado.

Ganhando cor

Joshua Ellis colore o cash mere cru de acordo com as especificações da própria fábrica. Uma vez tingidas, as fibras individuais são misturadas em grandes caixas de metal para garantir que, uma vez transformadas em fios, mantenham-se fiéis à tonalidade. Em seguida, o cashmere é fiado e coletado em cones de fios, prontos para serem preparados.

Material de origem

Uma echarpe começa a ganhar vida como fibra de cashmere bruta, que a fábrica adquire de criadores de cabras independentes na China e na Mongólia. “Vamos direto à fonte para monitorar mais de perto o bem-estar dos animais e a sustentabilidade das pastagens das quais as cabras se alimentam”, diz Platts.

Virando tecido

Os trabalhadores tecem enormes pedaços de tecido que depois são cortados no tamanho certo. Esse processo começa com a urdidura, quando os fios da echarpe são puxados e mantidOs no lugar por uma das duas máquinas, pronta para tecer os fios longitudinais entre eles. Os tecidos podem ter de 60 m a 1.000 m de comprimento