O que é bleisure? Conheça o termo que virou febre entre os podem trabalhar de qualquer lugar
A combinação de viagens de negócios e lazer já ganhou um termo próprio, bleisure, que tem sido a preferência dos adeptos de jatos particulares que podem trabalhar de qualquer lugar.
A combinação de viagens de negócios e lazer já ganhou um termo: bleisure.
Antes da pandemia, arrumar diversão em uma viagem de negócios significava tirar alguns dias de folga após os compromissos de trabalho em um resort cinco estrelas. Agora, as pessoas andam otimizando suas viagens de jatos particulares de maneiras mais criativas. “Os clientes podem trabalhar fora do local com um telefone celular e laptop, e aproveitam para explorar lugares de férias. Cada vez mais, percebem que não precisam voltar no domingo à noite”, diz D. J. Hanlon, vice-presidente executivo de vendas da Flexjet.
Leona Qi, presidente da VistaJet US, conta que, atualmente, um em cada quatro voos inclui crianças. “Estamos vendo uma tendência de clientes voando para locais mais distantes com suas famílias”.
Clive Jackson, presidente da Victor, empresa de charter sediada no Reino Unido, lembra a história de um gerente de fundos de investimentos sueco que passou um longo período trabalhando remotamente na Flórida, nos EUA, com a família a tiracolo. “E na outra ponta, um CEO de uma empresa do Reino Unido viajou para Málaga, na Espanha, por alguns dias para explorar oportunidades de investimento. Sua mulher, também funcionária da empresa, o acompanhou junto com o filho recém-nascido e a babá. Aproveitaram a ocasião para rápidas férias”, detalha.
Soluções ainda mais estratégicas tornam-se comuns. Doug Gollan, editor do serviço de assinatura online Private Jet Card Comparisons, diz que 43% de seus clientes voam a negócios e lazer, muitas vezes partindo de uma casa durante a semana e seguindo para uma segunda casa de fim de semana. “O cônjuge usa um cartão de jato para voar para aquela segunda casa e, em seguida, ambos voltam juntos no jato original”, explica Gollan.
Os destinos também mudaram. Embora o Teterboro e o White Plains, ambos no estado de Nova York, continuem sendo os aeroportos privados mais utilizados, os locais onde se encontram residências de lazer como Naples, na Flórida, e Scottsdale, no Arizona, também figuram no top 10. “Durante a pandemia, Billings,em Montana, e Casper, em Wyoming, também se tornaram populares”, diz Patrick Gallagher, presidente da NetJets. “Inicialmente, as pessoas passavam mais tempo em suas casas, agora não é mais assim.”
Como se vê, mesmo as residências mais luxuosas podem se tornar cansativas se alguém se sentir preso. “Muita gente está cansada de trabalhar de casa, então, quando viajam a negócios, querem uma mudança de cenário. Basta que tenha uma boa conexão de internet”, diz Suzanne Neufang, CEO da Global Business Travel Association. Hanlon concorda: “As pessoas estão mais aventureiras, com diferentes níveis de conforto após a pandemia. Muitas, inclusive, procurando eventos ao ar livre”. A mais recente corrida de Fórmula 1, em Austin, por exemplo, atraiu dezenas de jatos particulares.
“Foi uma loucura organizar os voos”, conta Hanlon. Alguns acreditam que com o trabalho parcialmente remoto, o bleisure veio para ficar. “O comportamento mudou nas viagens de lazer, como no feriado de Ação de Graças”, diz Gallagher, da NetJet. “Vimos mais pessoas do que nunca voando no sábado anterior ao Dia de Ação de Graças e retornando no domingo seguinte. Isso provaque muita gente queria tirar uma semana longe da rotina e se sentia confortável em trabalhar remotamente.