Izabella Teixeira: 'Iniciativa privada representa elo na transformação de um país de baixo carbono para um mais alinhado com o mundo contemporâneo'

Autoridade internacional sobre mudanças climáticas, segurança alimentar e meio ambiente, Izabella é co-presidente do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU.

IzabellaIzabella Teixeira, co-chairwoman do LIDE e co-presidente do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU. (Foto: Divulgação)

Servidora pública de carreira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Izabella Teixeira é doutora em planejamento ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com quatro décadas integralmente dedicadas ao setor, a ativista atuou como ministra de Estado do Meio Ambiente entre 2010 e 2016. Em seguida, foi eleita para o painel da ONU e tornou-se membro do Conselho da Divisão de Assuntos Sociais e Econômicos da organização.

Autoridade internacional sobre mudanças climáticas, segurança alimentar e meio ambiente, Izabella é co-presidente do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU, além de atualmente integrar o advisory board do LIDE como co-chairman. Com sua bagagem e vivendo de perto os debates que envolvem o desenvolvimento da economia de baixo carbono, a especialista destaca que as pessoas devem entender que o mundo mudou, sendo preciso parar de uma vez por todas com o negacionismo climático. “Essa agenda não será de mitigação, será de resiliência e adaptação. A discussão sobre essa agenda requer engajamento do setor privado", afirma.

Alerta

A representante da ONU mostrou-se preocupada com a posição do Brasil na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025. "A pauta da COP30 está num contexto que o mundo tem expectativa muito positiva em relação ao Brasil para liderar essa agenda. Mas o Brasil precisa resolver as questões que o impedem de avançar", diz.

A ambientalista também enfatiza a importância da agricultura no processo de descarbonização. "O nosso problema, nesta questão, é justamente o melhor uso da terra. A questão climática determina isso e a disputa nesse mercado é muito dura lá fora. Ser provedor de solução, também significa reunir alianças e tomar um papel de líder", completa.

Qual o papel da iniciativa privada na busca pelo desenvolvimento sustentável do Brasil e alinhamento comercial com a comunidade internacional?

Toda essa discussão no mundo tem no setor privado um parceiro que também precisa se transformar. É necessário que estado e empresas tenham uma nova relação para que as responsabilidades sejam identificadas de uma forma mais séria e estruturada. Neste contexto, a iniciativa privada tem visão de longo prazo e representa um elo importante na transformação de um país de baixo carbono para um país mais alinhado e sinérgico com o mundo contemporâneo.

Possui um papel fundamental na transformação das cadeias produtivas, adicionando valor na questão da agricultura e enfrentando o desafio da transição industrial.