Denise Asnis - Mulheres no RH: cenário e benefícios de incluir mais mulheres no mercado
Levantamento feito pelo Bureau of Labor State mostrou que 73% dos gerentes de RH são mulheres, cargos que antes eram ocupados majoritariamente por homens.
Denise Asnis, sócia fundadora da Taqe, reflete sobre equidade de gênero no setor de Recursos Humanos (Foto: Divulgação)
O mercado de trabalho para as mulheres pode não ser o mais favorável, mas já vemos mudanças na cultura de muitas empresas. O gênero feminino é maioria em muitas áreas, especialmente quando falamos do setor de Recursos Humanos. Uma pesquisa realizada pelo Mercadômetro mostrou que, no Brasil, elas são a maioria da área, representando mais de 75% dos profissionais deste setor.
Além disso, elas também estão ocupando mais cargos de liderança nesta área. Um levantamento feito pelo Bureau of Labor State mostrou que 73% dos gerentes de RH são mulheres, cargos que antes eram ocupados majoritariamente por homens.
Apesar do crescimento das mulheres no setor de RH, ainda há um longo caminho a ser percorrido, uma vez que a desigualdade salarial ainda é uma realidade. De acordo com o IBGE, as mulheres recebem cerca de 74,5% dos rendimentos dos homens.
Mulheres na área de RH
Em um passado não muito distante o setor de Recursos Humanos era voltado para questões mais burocráticas e administração de pessoal. Por conta disso, muitas empresas contavam com o apoio de um psicólogo em situações específicas, como o recrutamento. Com o passar dos anos esse cenário foi mudando e focando mais nas relações humanas.
E por hoje ser uma área que cuida do relacionamento com o colaborador, a principal estratégia é gestão comportamental, e, por isso, necessita de uma visão baseada nos comportamentos e emoções que influenciam o desempenho destes funcionários.
E é aí que as mulheres são fundamentais na gestão de recursos humanos, uma vez que elas têm algumas competências que são diferenciais do setor, como: maior empatia, flexibilidade e determinação.
Principais características das mulheres
Enquanto os homens têm um olhar mais lógico e objetivo, as mulheres lidam melhor com questões voltadas às relações humanas e ao comportamento das pessoas. Entre as principais características delas que ajudam a área de RH ter mais potencial estão:
- Empatia
- Compreender o perfil comportamental indicado para uma determinada vaga ou perceber quando um colaborador está desmotivado em seu trabalho, exige muita sensibilidade e empatia, bem como identificar competências e aptidões de pessoa para um cargo de liderança.
Característica predominante nas mulheres, a empatia também deve andar junto com a valorização do profissional. Dessa forma é possível melhorar a comunicação entre a equipe e o engajamento do colaborador.
Flexibilidade
Por ter mais empatia e consequentemente mais sensibilidade, a mulher tende a ser mais flexível na hora de negociar situações no ambiente de trabalho, sem que a empresa seja prejudicada.
Essa característica pode fazer com que o clima organizacional da empresa seja mais leve, deixando os colaboradores mais motivados e satisfeitos para realizar as suas tarefas.
Multitarefas
Quem nunca ouviu que mulher consegue fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo? Essa é uma característica marcante das mulheres! Geralmente, elas precisam lidar com diversas tarefas como cuidar de casa, dos filhos e ainda ter um tempo para si mesmo.
E por conta disso, no trabalho ela consegue lidar com vários colaboradores ao mesmo tempo, de diversas hierarquias, gerenciando o desempenho da equipe, e encontrando soluções aos desafios do ambiente corporativo, sem perder a qualidade e o ritmo!
Determinação
De acordo com alguns estudos, alguns fatores culturais fazem com que as mulheres sejam mais determinadas e persistentes, uma vez que precisam batalhar muito mais pelo seu espaço na sociedade.
Por conta disso elas são mais focadas no resultado e estão sempre buscando superar suas expectativas. Este é um fator determinante para trabalhar na área de Recursos Humanos, que devem impulsionar os colaboradores e nunca deixar que eles fiquem na zona de conforto.
A mulher também consegue ser uma boa ouvinte entendendo as necessidades pessoais e profissionais dos colaboradores. E para trabalhar no RH ter uma escuta ativa, ou seja, saber ouvir o outro, é fundamental para a construção da cultura e dê um bom clima organizacional.
*Denise Asnis é sócia fundadora da Taqe, plataforma de recrutamento e seleção digital para vagas de emprego e cursos. Ela é casada, tem dois filhos e profissional com mais de 30 anos de experiência na área de RH. Atuou em empresas de ponta, no que se refere à gestão de pessoas, sustentabilidade e educação corporativa, como Natura, BankBoston, Citibank e Banco Crefisul. Denise tem como missão gerar oportunidades para todos - possibilitando que jovens de baixa renda, possam ter acesso ao autoconhecimento, desenvolvimento e busca de emprego de acordo com seu perfil pessoal e profissional.