Leila Pereira: 'Palmeiras é uma sociedade esportiva e estamos sempre em busca de alternativas para fortalecer as diferentes modalidades'
Com regulamentação prevista para esse ano, setor caminha a passos largos, movimenta cerca de US$ 59.6 bilhões mundialmente, segundo o Instituto de Pesquisa Grand View Research, e tem projeção de crescimento ainda maior para os próximos anos, podendo chegar até US$127,3 bilhões em 2027.
Udo Seckelmann, advogado especialista em apostas esportivas do escritório Bichara e Motta. (Foto: Divulgação)
O investimento nas apostas esportivas ainda depende da publicação de um decreto que legalize, a atividade no Brasil. Enquanto isso não ocorre, o avanço do setor já aparece estampado na camisa de cerca de 40 clubes das séries A e B do futebol brasileiro, que possuem algum patrocínio de empresas ligadas ao ramo. Em 2020, mesmo com a pandemia de Covid-19, esse mercado da sorte alcançou R$ 7 bilhões.
Em 2018, o valor era de apenas R$ 2 bilhões, o que demonstra o rápido crescimento do chamado iGaming em território brasileiro. Udo Seckelmann, advogado especialista em apostas esportivas do escritório Bichara e Motta, vê como positivo a minuta do decreto. O texto vai regulamentar a Lei Nº 13.756 de 12 de dezembro de 2018, sancionada pelo então presidente Michel Temer. “Considerando as amplas discussões que ocorrem sobre o tema desde dezembro de 2018, entendo ser uma boa minuta.
Claro que existem pontos que não me agradam tanto, como o preço estabelecido para obtenção da licença”, explica. O marco regulatório vem posteriormente à legislação de 2018, que legalizou as apostas esportivas de quota-fixa. Nela, pontos como a tributação do apostador são considerados problemáticos.
“Os principais interessados no mercado de apostas ficarão mais seguros: apostadores, casas de apostas e Estado. Não regulamentar a atividade significa que não haverá segurança jurídica para ninguém e o jogo continuará ocorrendo. Um grande exemplo disso é o jogo patológico. Enquanto não tivermos um mercado regulado e uma fiscalização efetiva da atividade, não saberemos quem são, quantos são e onde estão esses apostadores patológicos e estabelecer formas de protegê-los”, pontua Seckelmann.
Comportamento
A Playtech, o maior fornecedora de software para jogos on-line e apostas esportivas do mundo, publicou relatório com foco na indústria de jogos de azar da América do Sul, explorando questões-chave e fornecendo insights de especialistas relacionados ao jogo responsável na região. O forte compromisso da empresa com a segurança foi o principal impulsionador da publicação, que inclui os resultados fascinantes de uma pesquisa com mais de 2 mil pessoas da Argentina, Brasil, Chile e Colômbia.
“O Brasil tem lugar significativo nesse setor e que oferece muito potencial para um mercado regulado. Isso é fica claro pelo interesse consistente ao longo dos últimos anos no país. Talvez o ritmo regulatório tenha sido mais lento do que muitos gostariam, mas tenho visto grandes avanços nesse debate, considerado até mais emotivos para aqueles que buscam colocar esse setor sob supervisão local e fazê-lo de uma forma que funcione não só para o Estado, mas também para os seus cidadãos. Esse impulso vai continuar”, afirma Francesco Rodano, Chief Policy Officer da Playtech.
Francesco Rodano, Chief Policy Officer da Playtech. (Foto: Divulgação)
Quando perguntados sobre o que pode fazer os sul-americanos se sentirem mais confiantes em jogar online, cerca de 45% dos entrevistados disseram que mais informações e ferramentas para se proteger, enquanto 44% disseram mais informações sobre as empresas. Essas respostas estão relacionadas a outra pergunta da pesquisa, questionando o que as empresas deveriam fazer para promover o jogo responsável.
“Grande parte da insegurança sentida pelos apostadores deve-se à falta de informação clara disponibilizada pelas empresas. Dados do nosso Relatório Jogo Responsável, publicado este ano, mostram que 32% dos brasileiros nunca jogaram porque não sabem como fazê-lo com segurança. Quando perguntamos a eles o que poderia torná-los mais confiantes, cerca de 1 em cada 2 disse que gostaria de ter melhores informações sobre apostas responsáveis e 1 em cada 3 quer saber sobre o status legal das apostas no país”, explica Rodano.
Leila Pereira, presidente do Palmeiras. (Foto: Fabio Menotti/Divulgação)
Parceria com clubes
Recentemente, o Palmeiras e a Betfair anunciaram um acordo de patrocínio do clube com duração de dois anos. O contrato incluiu exposição na propriedade máster do uniforme do time feminino de futebol da equipe paulista. A parceria prevê a inclusão da Betfair em todos os conteúdos digitais oficiais exclusivos do time no futebol feminino e masculino.
“Esse acordo permitirá que o nosso time feminino continue crescendo e conquistando títulos.O Palmeiras é uma sociedade esportiva e estamos sempre em busca de alternativas para fortalecer as diferentes modalidades do clube, proporcionando que todas elas sejam autossuficientes”, afirma Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
O acordo, que está entre os maiores do país no que se refere ao futebol feminino do Brasil, compreende uma entrega inédita e pioneira de artigos digitais em todas as plataformas do clube, promovendo mais entretenimento aos torcedores maiores de 18 anos por meio das apostas esportivas, estejam eles no estádio ou em suas casas.