João Pedro Paro Neto: desenvolvimento digital estimula a construção de uma economia mais inclusiva
Tradicionais bandeiras de cartão se reinventam por meio de parcerias e novas maneiras de relacionamento com o consumidor.
João Pedro Paro Neto: desenvolvimento digital estimulae conomia inclusiva. (Foto: Divulgação)
Um recente estudo da Minsait mostrou que o Brasil é o país da América Latina com a maior quantidade de cartões de crédito e débito. Ao todo, circulam mais de 500 milhões de cartões pelo território brasileiro. No entanto, a maneira de pagar mudou e com tantas opções tecnológicas e disruptivas, as empresas do setor lutam para não perderem espaço.
Para a Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF), esse é um momento para as companhias desenvolverem iniciativas que as auxiliem a conhecer melhor os clientes e estreitar o relacionamento com seus diferentes públicos. E nesse sentido, os programas de fidelidade podem ser um diferencial.
O diretor-executivo da ABEMF, Paulo Curro, explica que esse período de quarentena e isolamento social afetou o comportamento dos consumidores.
“Pessoas que viajavam com frequência passaram a ficar em casa. Outros mudaram seus hábitos de compra, canais usados para compras e frequência das mesmas”, pontua.
Além disso, o diretor conta que foram criadas demandas para itens que antes da pandemia não figuravam entre os mais procurados como produtos para o home office. “Apesar de ainda não sabermos se essas mudanças serão duradouras ou apenas temporárias, a questão é que as empresas precisam estar atentas a essas novas demandas de seus clientes, e essas informações estratégicas podem ser fornecidas por ferramentas de fidelização".
Engajamento
Por meio da análise de dados de um programa de fidelidade, as companhias podem conhecer hábitos de compra, de consumo, entregar promoções e ofertas personalizadas para cada perfil de cliente, resultando em mais engajamento por parte do público e auxiliando no processo de crescimento do negócio.
“É importante que essas empresas tenham em mente, também, que um programa de fidelidade não é necessariamente voltado apenas ao consumidor. Pode ser implantado para engajar colaboradores, equipes de vendas e até redes de parceiros ou distribuidores, gerando aumento de vendas, de ticket médio, recorrência de compra, além de agregar valor às marcas”, acrescenta o diretor da ABEMF.
Para trazer ainda mais relevância aos negócios e apoiar seus parceiros e clientes, a Visa anunciou, no começo de setembro, a reformulação da plataforma Vai de Visa, que passa a funcionar como um hub digital para além de benefícios e promoções exclusivas. Com isso, a Visa segue seu propósito de conectar quem precisa vender com quem quer comprar e vai adiante, divulgando diversas soluções de pagamentos e de segurança.
Com a evolução, a Visa procura contribuir para que seus parceiros, desde emissores, credenciadores, fintechs, estabelecimentos comerciais e PMEs façam mais negócios. O número de cadastros já havia dobrado na plataforma no fechamento de 2019 em relação ao ano anterior, isso devido aos investimentos em novas parcerias com emissores e estabelecimentos comerciais e o programa Visa Causas, que já está em seu terceiro ano.
“É possível apoiar a geração de oportunidades de negócio para nossos parceiros por meio do Vai de Visa. Temos buscado melhorar a experiência do usuário, transformando a plataforma em um canal de conexão, com potencial de apoiar pessoas e empresas, além de contribuir com a missão de incentivar os pagamentos por meios digitais. Assim, agregamos valor para todos os nossos públicos, de empresas a consumidor final”, explica Rodrigo Horta, diretor de Marketing da Visa.
Inclusão
Já a Mastercard divulgou, também em setembro, o lançamento da iniciativa "Tech for Good Partnership", um acordo sem precedentes do setor privado que reúne líderes em serviços financeiros e de tecnologia, com o objetivo de acelerar a inclusão digital e financeira em toda a América Latina no pós-pandemia. Os parceiros incluem os bancos Bancolombia, Galicia e Citibanamex e as fintechs Mercado Livre e PayPal.
Nas atividades iniciais, as empresas se concentrarão no desenvolvimento de ações concretas para expandir serviços financeiros básicos, como acesso a crédito e ajuda financeira, além de ferramentas e recursos educacionais para milhões de latino-americanos atualmente vulneráveis.
“A tecnologia tem um poder transformador, que nos auxilia a enfrentar os desafios desse momento adverso. Com o desenvolvimento da economia digital, espera-se que as grandes empresas reúnam suas melhores mentes, recursos e esforços em prol da construção de uma economia mais inclusiva”, afirma João Pedro Paro Neto, presidente Mastercard Brasil e Cone Sul.
Curt Zimmermann comemora a expansão digital do Bradesco. (Foto: Divulgação)
Carteira digital
A união entre grandes empresas tem se mostrado uma boa estratégia para o setor. A Elo, companhia 100% brasileira de tecnologia de pagamentos, passa a oferecer em parceria com o Bradesco o cartão Bitz Elo, uma solução composta por carteira digital e conta de pagamentos com rendimento maior que a poupança. O cartão de débito combina a praticidade de uma conta 100% digital, com ampla rede de aceitação em todo o país e benefícios exclusivos.
“O lançamento do cartão Bitz Elo fortalece nosso portfólio e garante uma oferta diferenciada de serviços de pagamentos aos clientes, que contam com uma ampla rede de aceitação e podem aproveitar diversas ofertas exclusivas Elo em estabelecimentos e eventos”, explica Jacó Silva, diretor de desenvolvimento de negócios da Elo.
A carteira digital possibilita aos clientes maior controle financeiro e acesso a uma série de funcionalidades que facilitam o dia a dia. Pelo app do Bitz é possível realizar pagamentos, transferências, recebimentos, recarga de celular, além de compras online com um cartão virtual.
Para pagar presencialmente, o cartão Bitz Elo também pode ser utilizado sem contato físico pelo app ou simplesmente ao aproximar o cartão, que utiliza a tecnologia NFC. “Com a iniciativa, o Bradesco reafirma seu compromisso de presença digital e passa a oferecer um portfólio ainda mais completo ao mercado, contribuindo para a inclusão financeira de uma parcela relevante da populaçã”, afirma Curt Zimmermann, CEO do Bitz.