Cleber Hamada, da Copa Energia: 'É fundamental propor soluções para a produção de energia não oriundas do petróleo neste momento de descarbonização'

Empresas brasileiras e estrangeiras lançam novas iniciativas para auxiliar no avanço o uso de energia limpa pelo mundo.

Box_André Cavalcanti - CEO da Elétron Energy (4)André Cavalcanti, fundador da Elétron Energy. (Foto: Divulgação)

Estudo publicado em novembro de 2022, na revista científica Earth System Science Data, afirma que é necessário apenas nove ano para que a temperatura média da atmosfera do planeta fique 1,5 grau Celsius (ºC) mais quente do que era no começo do século 19, caso as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) continue no mesmo patamar do ano passado. Para tentar mudar essa previsão, empresas brasileiras e estrangeiras apostam em uso de energia limpa.

Entre as alternativas mais sustentáveis, está o uso de veículos elétricos, que além de trazer o benefício ao meio ambiente, contribuí para a diminuição de ruídos e vibrações em relação aos motores de combustão. De acordo com Marcelo Falchi, responsável pela área de motores elétricos de baixa tensão da ABB, empresa multinacional com sede em Zurique, na Suíça, a mobilidade elétrica tem ganhado cada vez mais espaço em meio a esforços público e privado para neutralizar as emissões de CO2.

“Em média, os veículos elétricos têm despesas operacionais até 60% menores do que os modelos equivalentes movidos a diesel, devido principalmente a melhorias na eficiência, consumo de combustível e necessidades de manutenção”, explica. “Como pode ser visto, os ganhos trazidos com eletrificação de ônibus, balsas e veículos industriais são imensos não somente para o meio ambiente como para os negócios. E isso pode ser amplificado em especial em países como o Brasil, que tem o transporte rodoviário como principal sistema logístico”, finaliza.

Marco na transição energética

No final do ano passado, EDP Brasil anunciou a produção da primeira molécula de Hidrogênio Verde (H2V) em sua nova unidade de geração localizada em São Gonçalo do Amarante, no Ceará. O desenvolvimento da planta foi um importante marco para a produção de energia limpa no País e faz parte dos compromissos com a transição energética do Grupo EDP. O processo é a primeira etapa estratégica do desenvolvimento do Projeto Piloto de H2, no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém)- que marca a primeira unidade do estado e da empresa. O negócio teve investimento de R$ 42 milhões e vai ser lançado neste mês.

Cleber HamadaCleber Hamada, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Copa Energia. (Foto: Divulgação)

A planta de Hidrogênio Verde (Pecém H2V) da EDP é um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento da UTE Pecém que deve gerar o combustível limpo com garantia de origem renovável, além de desenvolver um roadmap com análises de cenários de escalabilidade, considerando todos os elos da cadeia de produção do hidrogênio. Contempla uma usina solar com capacidade de 3 MW e um módulo eletrolisador de última geração para produção do combustível com garantia de origem renovável, com capacidade de produzir 250 Nm3/h do gás.

Iniciativa

A iniciativa bem-sucedida contou com parcerias importantes como a da Hytron, fornecedora da eletrólise e, como executoras do projeto, além da EDP, estão o grupo GESEL, que avaliou cenários da escalabilidade da produção de H2, identificando a viabilidade econômica, setorial e mercadológica do projeto; a IATI, com o estudo de viabilidade técnica e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Elegemos o complexo de Pecém para abrigar nossa primeira planta de hidrogênio verde no Brasil porque reconhecemos que o Ceará reúne características estratégicas para protagonizar o processo de introdução do hidrogênio verde no País, seja por seu excepcional potencial solar e eólico – fundamental para a produção do gás –, seja por sua localização e excelente oferta de infraestrutura para o escoamento desse produto ao mercado internacional”, afirma João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil.

posto totalmente eletricoVibra, Ezvolt e 99 inauguram em São Paulo o primeiro posto 100% elétrico do país. (Foto: Divulgação)

Totalmente elétrico

A Vibra, junto com a EZVolt, segue essa tendência de negócio que visa a sustentabilidade e inovação. No fim de 2022, inaugurou o primeiro posto totalmente elétrico do Brasil, no Jardim Anália Franco, na capital de São Paulo. O espaço conta com carregadores ultrarrápidos para veículos elétricos. A iniciativa marca ainda a entrada da EZVolt na Aliança pela Mobilidade Sustentável, projeto liderado pela 99 para promover o setor.

“Sabemos que a eletromobilidade vem ganhando bastante relevância na logística das empresas e isso será sentido cada vez mais no Brasil devido, não apenas às políticas públicas, mas à consciência social. Seremos líderes em infraestrutura de recarga veicular, com uma estrutura robusta a serviço dos nossos clientes. Este é apenas o primeiro dos postos 100% elétricos que vamos inaugurar", explica Bernardo Kos Winik, diretor vice-presidente executivo de comercial B2B da Vibra.

Gustavo Tannure, CEO da EZVolt, destaca ainda: “A EZVolt é líder no segmento graças à nossa capacidade de realização. Mais do que isso: antecipamos a solução para as dores dos nossos clientes, entregando um posto elétrico com capacidade de recarga e serviços agregados que, talvez, ainda levasse alguns anos para ser feito pela concorrência.”

CEO da EDP no Brasil, João Marques da CruzJoão Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil.l (Foto: Divulgação)

Referência

Outra união de sucesso no ramo de soluções energéticas é a da Copa Energia, detentora das marcas Liquigás e Copagaz, à Associação Brasileira de Biogás (ABiogás). Atenta as necessidades ambientais e sociais, a empresa busca com a parceria expandir o seu portfólio para propor soluções para serviços além do GLP, como conta Cleber Hamada, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Copa Energia.

“A associação à ABiogás é mais um passo da Copa Energia rumo ao novo posicionamento estratégico de se tornar um balcão de soluções energéticas. A companhia enxerga que é fundamental neste momento, em que a descarbonização tem sido um tema amplamente discutido no mundo inteiro, propor soluções para a produção de energia não oriundas do petróleo”.

Energia inteligente

Energia renovável e eficiência caminham lado a lado como mostram os resultados do grupo Elétron Energy, empresa referência em energia limpa do país, fundada em Recife em 2012. Com atuação em todas as regiões do território brasileiro, comercializam mais de 23GWm por ano e geram o suficiente para atender a demanda de consumo de uma cidade de 12 milhões de habitantes.

linkEmpenhada em liderar a transição energética no Brasil, os caminhões da BR Aviation vão operar com mistura de óleo vegetal. (Foto: Divulgação)

“Com esse desempenho proporcionamos uma redução de custo com energia superior a 22%, com previsão de atender até 2026 1 milhão de consumidores em todo país. Entre os mais recentes projetos estão o parque solar São Pedro e São Paulo e o Consórcio Pernambuco Energia”, conta André Cavalcanti, fundador da empresa.

Alta voltagem

  • A Atlas Renewable Energy, empresa líder internacional em energia renovável, anuncia que obteve crédito de US$ 210 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar o projeto de energia solar Boa Sorte. É a primeira vez que o BNDES concede um empréstimo indexado ao dólar americano para um projeto de energia renovável.
  • A Hitachi Energy, líder mundial em tecnologia, anunciou recentemente duas importantes encomendas da Equinor e da Polenergia para fornecer uma conexão à rede CA e uma solução de qualidade de energia para seus parques eólicos offshore MFW Baltyk II e MFW Baltyk III, que possuem capacidade de geração combinada de 1.440 megawatts, instalados no setor polonês do Mar Báltico.
  • O Banco do Nordeste ampliou a disponibilidade de recursos voltados a projetos para aquisição e instalação de placas solares em residências. Para 2023, a instituição reservou R$ 186 milhões com essa finalidade, um acréscimo de 28% em relação ao orçado para 2022.
  • Empenhada em liderar a transição energética no Brasil, os caminhões da BR Aviation (unidade de negócios para serviços de abastecimento de aeronaves e atividades no segmento aéreo da Vibra), que atuam no Aeroporto Internacional Galeão/Tom Jobim, no Rio de Janeiro, passarão a operar com a mistura que contém o diesel HVO (sigla em inglês para Óleo Vegetal Hidrotratado ou diesel verde).