Maioria dos grandes líderes do país acredita que a situação dos negócios está melhor, diz LIDE-FGV
Nova edição do levantamento também indica que empresários veem a carga tributária e o cenário político como fatores impeditivos ao crescimento das companhias.
Índice LIDE - FGV ouviu empresários em Almoço-Debate LIDE. (Foto: Fredy Uehara) |
A 145ª edição do Índice LIDE - FGV de Clima Empresarial, cujo os detalhes foram divulgados nesta terça-feira (1), atingiu 5,2 pontos -- alta de 0,8% em comparação a julho. O levantamento, realizado em média com 400 grandes líderes brasileiros, é uma nota de 0 a 10 resultante de três componentes com o mesmo peso: Governo, Negócios e Empregos.
Segundo o acadêmico da FGV, Fernando Meirelles, presidente do LIDE Conteúdo e responsável pela pesquisa, o resultado vai ao encontro com a perspectiva de retomada econômica. "Tivemos uma melhora significativa", avaliou, indicando que o índice deve manter o crescimento.
A maioria dos líderes (39%) respondentes entende que houve melhora na situação atual dos negócios, quando comparado ao resultado de julho (16%). Entretanto, a maior parte (40%) acredita que a situação dos empregos se mantém igual, ante a consulta do mês anterior.
Os empresários mantém a Educação (49%) como área prioritária para ser aprimorada no país, assim como a Segurança (25%). Por outro lado, o tema mais preocupante no cenário atual continua sendo a Saúde e o Cenário Internacional (57%), seguidos do Cenário Político (35%).
Para os participantes da pesquisa, a carga tributária (47%) e o cenário político (28%) são os fatores que impedem o crescimento das empresas no país. O nível de procura (22%) e a taxa de juros (3%) são elementos que, para os empresários, menos influenciam nesse quesito.
A maior parte (43%) dos líderes continua projetando receita melhor para 2020, quando comparada com igual período anterior. Entretanto, a maioria (47%) estima que o PIB do país vai encerrar o ano com queda igual ou superior a 6% pelos reflexos da pandemia.
Retomada
Ao menos 35% dos empresários – a maior parte dos consultados - acreditam que levará um ano para que os negócios estejam plenamente normalizados. Outros 33% estimam seis meses e 11% até dois anos. A perspectiva média, a partir das respostas, é de 8 meses para a retomada.
Para 2021, a expectativa da maioria (68%) é que o PIB cresça pelo menos 3%. Apenas 12% acreditam que ele se manterá estável. A média, segundo as respostas, é de crescimento de pelo menos 3,5%, mantendo o clima positivo do setor empresarial com a chegada das vacinas.
O Índice LIDE - FGV de Clima Empresarial é resultado da pesquisa mensal respondida por empresários que participam do Almoço-Debate LIDE. O último levantamento foi realizado durante evento sobre os desafios da reforma tributária, ocorrido na segunda-feira (31).