Ricardo Assumpção, EY: 'A sustentabilidade é um tema que precisa estar interligado com a estratégia de negócio da companhia'

Estudo global ESG Trends Index mostra que 87% dos líderes acreditam que as questões de sustentabilidade e ESG são essenciais para os negócios.

Ricardo Assumpção, sócio-líder de ESG para a América Latina Sul e Chief Sustainability Officer (CSO) da EY Brasil.Ricardo Assumpção, sócio-líder de ESG para a América Latina Sul e Chief Sustainability Officer (CSO) da EY Brasil. (Foto: Divulgação)

A pauta de sustentabilidade e agenda ESG ganham cada vez mais espaço dentro das companhias. É o que aponta o estudo global ESG Trends Index feito pela EY, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo, no qual 87% dos líderes entrevistados acreditam que as questões de sustentabilidade e ESG são essenciais para os negócios, sendo determinantes para o sucesso a longo prazo.

“Esse pensamento precisa estar mais presente nas discussões de CEOs, CFOs e conselhos. Mais do que uma agenda de reputação, é uma temática transversal e de negócios”, observa Ricardo Assumpção, sócio-líder de ESG para a América Latina Sul e Chief Sustainability Officer (CSO) da EY Brasil.

O levantamento ouviu mais de 500 executivos c-level do ranking da Fortune 1000, e diversas indústrias como energia, varejo, saúde e serviços financeiros com receitas de US$ 1,5 bilhão ou mais. “A sustentabilidade é um tema que precisa estar interligado com a estratégia de negócio da companhia. Só com isso ela será realmente efetiva, eficaz e sustentável a longo prazo”, ressalta Assumpção.

METAS

A agenda ESG tem um impacto significativo nas responsabilidades dos profissionais de RI e para as empresas do mercado de capitais, como um todo. Este cenário destaca a importância dos indicadores de boas práticas de governança e de responsabilidade social e ambiental nessa área.

No entanto, de acordo com a pesquisa “Evolução da agenda ESG - O impacto desta transformação nas atividades dos RIs”, conduzida pela Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, em parceria com o IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores), apesar da divulgação dos indicadores de governança ocupar o mais alto nível de importância atualmente, na opinião dos entrevistados, a de ações ambientais se tornará igualmente relevante nos próximos dois anos.

O estudo, realizado com 55 empresas, das quais 30% são listadas em Bolsas de Valores no Brasil ou no exterior, mostra, ainda, que a padronização da taxonomia dos indicadores ESG pode colaborar com o processo de comparação das informações divulgadas ao mercado.

Também aponta para a necessidade de que as organizações invistam em equipes ou pessoas especializadas em ESG para apoiar seus times de RI. Essa demanda sinaliza a inserção de um novo profissional no futuro do setor, o Controller ESG, responsável por analisar a sinergia entre as informações de responsabilidade ambiental, social e de governança, e financeiro-contábeis, além de apoiar o planejamento estratégico.

PELO COLETIVO

Sidney Klajner, presidente do EinsteinSidney Klajner, presidente do Einstein. (Foto: Divulgação)

Neste cenário, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein alcançou 76/100 na avaliação sobre adoção de critérios Ambientais, Sociais e de Governança nas suas atividades, segundo a S&P Global Rating. Na comparação com outras análises públicas da S&P, a pontuação coloca a organização como uma das três melhores do mundo na cadeia de saúde (entre hospitais, empresas de equipamentos e insumos, e farmacêuticas) e a mais bem posicionada na América Latina quando comparada a empresas dos mais diversos setores.

O rating tem o objetivo de transparência às práticas ESG das organizações e de medir o desempenho da agenda de sustentabilidade, incluindo emissões e resíduos, diversidade, segurança, relações com a comunidade, estrutura de governança, valores e transparência, por exemplo.

Segundo Sidney Klajner, presidente do Einstein, como uma organização sem fins lucrativos não tem compromissos com o retorno financeiro, a estratégia tem como objetivo genuíno transformar os serviços de saúde no Brasil. Além disso, a busca pela mensuração objetiva das múltiplas dimensões do desempenho é pioneira entre organizações filantrópicas de saúde no país.

“Não podemos ter qualidade no cuidado sem equidade. Por isso, atuamos para reduzir as desigualdades, não somente levando acesso a uma saúde de qualidade a diferentes populações, mas também no compartilhamento de conhecimento, na inovação e na excelência de serviços orientados para promover a inclusão de todos no atendimento de saúde”, afirma Klajner.