Portaria do PIX: sanções excessivas restringem liberdade econômica e livre-iniciativa, critica FecomercioSP
Entidade defende revisão da medida, que, caso descumprida, pode levar até ao fechamento de estabelecimentos comerciais.
Fecomércio afirma que portaria do PIX contaria lei em vigor há quase uma década. (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)
A instituição de regras obrigatórias para comerciantes e fornecedores do varejo no uso do PIX, impondo sanções rigorosas ao setor, vai gerar mais insegurança jurídica — prejudicando, assim, a atividade econômica e, especialmente, Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Além disso, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a norma contraria uma lei em vigor há quase uma década (13.455/2017), que permite uma diferenciação de preços de acordo com a forma de pagamento escolhida pelo consumidor. Hoje, a legislação respalda a cobrança de valores diferentes para pagamentos com cartão de crédito, débito ou dinheiro.
Essa diferenciação é importante porque, dessa forma, os estabelecimentos podem ajustar preços de acordo aos custos operacionais de cada meio de pagamento. Isso evita distorções na concorrência e empodera os consumidores, que têm a possibilidade de escolher a opção mais vantajosa, trazendo mais justiça e transparência para essa relação. Assim, de acordo com a Entidade, as restrições previstas representam uma interferência indevida na economia e violam a Lei de Liberdade Econômica, além do princípio constitucional da Livre Iniciativa.
A Federação já enviou um ofício à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) alertando que a imposição de restrições ao uso e à precificação do PIX tornarão o mercado menos competitivo, pedindo revisão da norma para garantir que a sua aplicação não provoque restrição à liberdade econômica e que esteja em conformidade com a legislação já existente. Na avaliação da FecomercioSP, a liberdade de precificação e a livre-concorrência são pilares fundamentais para um ambiente de negócios saudável e equilibrado — e a Entidade não deixará de lutar por isso