Tecnologia ajuda empresas a monitorarem irregularidades de fornecedores
Softwares são alternativas para que contratantes monitorem riscos reputacionais e operacionais que comprometem relações comerciais.
Softwares são alternativas para que contratantes monitorem riscos reputacionais e operacionais que comprometem relações comerciais (Foto: Unsplash)
Recentemente, a Cargill, empresa exportadora de commodities, foi condenada em primeira instância pela Justiça do Trabalho por práticas de trabalho infantil e análogo à escravidão em plantações de cacau de seus fornecedores nos estados da Bahia e do Pará. Com mais de 56 anos de atuação no Brasil, a empresa tem alegado em seus comunicados “comprometimento na observância e conformidade com todas as leis vigentes e aplicáveis aos seus negócios”.
É crescente o número de companhias que trabalham para se adequar aos critérios de governança ambiental, social e corporativa, que se encaixam nos conceitos de ESG, mas nem todas conseguem mapear efetivamente seus fornecedores. Diante desse desafio, a Linkana, primeira fundação de dados de fornecedores compartilhada da América Latina, oferece tecnologia para identificar de forma eficaz empresas que apresentem riscos.
Com mais de dois milhões de dados e informações coletadas, a plataforma opera para transformar a forma como os compradores tomam suas decisões de fornecimento, por meio de dados e tecnologia, impulsionado agendas de Diversidade & Inclusão e ESG em compras.
Segundo Leo Cavalcanti, CEO da Linkana, é fundamental que as empresas monitorem suas relações comerciais, principalmente porque, no Brasil, as legislações ainda estão restritas ao âmbito trabalhista e não são tão rigorosas quanto às leis europeias sobre o tema.
“Grande parte das pessoas nem imagina, mas crimes como os ocorridos são um problema muito mais comum e generalizado do que se imagina. Infelizmente, a escravidão moderna é um problema real, global e complexo. A exigência e a implementação de processos de certificação independentes, combinadas às novas tecnologias de monitoramento e gestão de riscos de fornecedores, são as principais aliadas das corporações e empresas que querem eliminar esta prática de suas relações comerciais e processos produtivos", explica Cavalcanti.
De acordo com os últimos números publicados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Walk Free Foundation, grupo internacional de direitos humanos focado na erradicação do trabalho escravo, estima-se que mais de 40 milhões de pessoas vivam em alguma tipo de escravidão moderna. A maioria trabalha na limpeza de casas e apartamentos residenciais, na produção têxtil, na colheita de frutas, legumes e grãos, na pesca em alto mar, na extração de minerais, metais e minérios e no trabalho em grandes obras de construção e infraestrutura.