Mercado de seguros se beneficia da automação com Inteligência Artificial
A tecnologia permite automatizar tarefas simples em áreas complexas e de alto risco, como corretagem, economizando horas de trabalho e impulsionando negócios.
Edgar Garcia, vice-presidente regional da UiPath para LATAM (Foto: Divulgação)
Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o mercado de seguros no Brasil, no primeiro semestre deste ano, arrecadou pouco menos de R$ 181 bilhões, um crescimento de 7,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O setor, em franca expansão no país, já é um dos grandes beneficiários do uso da inteligência artificial (IA) ligada à automação de processos em outras partes do mundo, como traz o UiPath AI Summit 2023, evento virtual promovido pela líder global no desenvolvimento de negócios de software de automação para discutir as estratégias de sucesso que podem surgir ao combinar IA e automação.
O setor passou por uma grande transformação desde 2018. Se antes prevalecia a automação básica, com o uso da automação robótica de processos (RPA) para gerenciar tarefas de forma isolada, a partir de 2022 as empresas começaram a rever seus custos operacionais e passaram a utilizar a automação para duas finalidades principais: eficiência de custos e elevação da jornada do cliente, com aumento da colaboração humana e de IA na tomada de decisões estratégicas, conforme avaliado por Andrea Simpson, gerente de TI - PMO Robotic Process Automation da USI Insurance Services, e Thach Nguyen, diretor de inovação digital da Hub International , presentes na cúpula.
Segundo Edgar Garcia, vice-presidente regional da UiPath para LATAM, não foi apenas a forma de automatizar que mudou nas seguradoras, mas os próprios produtos devido aos novos cenários.
“Além disso, segundo pesquisa da Susep, entre as áreas que mais se destacaram no mercado segurador estão os seguros contra riscos cibernéticos, que arrecadaram valor 27,2% superior ao mesmo período de 2022. Os tempos atuais exigem mudanças de estratégia em todos os sentidos”, avaliou.
Simpson relatou que a jornada de automação da USI começou em 2019 em colaboração com a UiPath, e entre os principais avanços destacou a implantação de IA e aprendizado de máquina para interpretar vários modelos de várias operadoras para comissões diretas de contas, economizando mais de um milhão de dólares anualmente e a simplificação e automatização dos processos de envio de e-mails, liberando 800 horas anuais, entre outros.
Nguyen descreveu uma jornada de automação igualmente bem-sucedida, que iniciou com a adoção da automação básica na contabilidade da empresa. Segundo o executivo, “esta foi uma fase crítica não só em termos de ajustes operacionais, mas como uma prova de conceito que ajudou a garantir os investimentos vitais necessários para levar os nossos planos ao próximo nível”, disse.
Segundo Nguyen, após a implementação no setor financeiro, o foco foi na expansão do programa, visando aumentar o volume de tarefas automatizadas, mas também a diversificação de tipos, indo muito além da contabilidade. “O papel da automação em nossa organização cresceu fenomenalmente. É agora um facilitador, um catalisador que nos permite alcançar mais do que conseguimos alcançar.” Segundo o executivo, a equipe busca agora reduzir a complexidade dos fluxos de trabalho existentes, principalmente em áreas complexas e de alto risco, como corretagem.
“Vimos, nesses casos, o avanço no uso da tecnologia a partir de uma mudança de paradigma, no entendimento de que a automação de processos vai além da redução da repetição de determinada tarefa e abrange a estratégia macro do negócio. À medida que as empresas entendem isso, elas pensam no seu mapa de automação ampliado e avançam mais rapidamente, o que se reflete em um melhor atendimento ao cliente, como o mercado segurador tem percebido”, disse Edgar.