Empresas atuantes no Brasil buscam inovação e produtividade aliada à tecnologia

Analytics, Cloud e Inteligência Artificial são as principais tecnologias disruptivas para executivos entrevistados por estudo da EY que identificou desafios e tendências para as organizações na América Latina

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Analytics, Cloud e Inteligência Artificial são as principais tecnologias disruptivas para executivos entrevistados por estudo da EY que identificou desafios e tendências para as organizações na América Latina (Foto: Unsplash)

As tendências globais mais importantes nos próximos três anos para as empresas no Brasil são inovação e produtividade impulsionada pela tecnologia. Essas foram as respostas mais escolhidas pelos 121 executivos, como diretores e C-Suites, entrevistados pelo estudo Desafios e Tendências para as Empresas na América Latina 2023, produzido pela EY. No total, foram ouvidos 996 profissionais de empresas de diversos setores e provenientes de 18 países da região, como Argentina, Colômbia, Chile, Uruguai e México, além do Brasil, entre os dias 20 de fevereiro e 6 de abril.

A escolha por inovação foi praticamente unânime no cenário que considerou apenas o Brasil, com 87% das respostas, enquanto, na América Latina, a média foi de 76%. Já produtividade impulsionada pela tecnologia foi a opção de 84% dos entrevistados que atuam no Brasil e de 74% da média latino-americana. A terceira posição ficou com cibersegurança e proteção de dados, com 78% das respostas, porcentagem semelhante com a registrada pela média dos países latino-americanos pesquisados (74%).

O estudo Global Cybersecurity Leadership Insight, elaborado recentemente pela EY, revelou que apenas um em cada cinco líderes de segurança cibernética considera seus esforços eficazes no presente e bem posicionados no futuro, o que demonstra a necessidade crescente de as organizações priorizarem a cibersegurança. Além disso, constatou que empresas com baixo desempenho em cibersegurança precisam em média de 11 meses para detectar e responder a um incidente cibernético. Já aquelas mais eficazes reduzem em mais da metade para cinco meses em média.

O tempo de detecção e resposta a um incidente de segurança faz diferença para a contenção dos danos provocados por ele às empresas, como prejuízos financeiros diretos e comprometimento da reputação. Quanto maior esse tempo, maior é a extensão dos danos causados.

A quarta resposta mais comum, com 69% no recorte brasileiro, foi para digitalização e indústria 4.0, por meio da incorporação de tecnologias disruptivas. A opção dados como ativo transversal a toda organização também ficou entre as preferidas.

Em relação às principais tecnologias disruptivas nos próximos três anos, 83% dos executivos de empresas atuantes no Brasil escolheram Analytics. Na média da América Latina, essa porcentagem foi menor em nove pontos percentuais (74%). Cloud apareceu na sequência, com 80% da preferência, enquanto, na média da América Latina, recebeu 68%. Inteligência Artificial veio na terceira posição com 77% das respostas, obtendo, na América Latina, 68% da preferência. Por fim, Big Data e Conectividade 5G fecharam a lista das principais tecnologias para a amostra brasileira.

“O foco na transformação digital apareceu em todos os setores pesquisados. Para que esses esforços sejam bem-sucedidos, os modelos de negócios devem estar alinhados com as tendências tecnológicas. Conforme o estudo demonstrou, a tecnologia precisa impulsionar a produtividade, caminhando juntas, e os executivos estão atentos a isso”, diz Victor Guelman, sócio-líder de Markets e Business Development da EY Brasil.

Desempenho de negócio das empresas

Os executivos também foram perguntados sobre a situação atual de negócio das suas empresas. Quase quatro em cada dez (39%) dos entrevistados inseridos no mercado brasileiro disseram que elas estão acelerando, o que significa que estão crescendo e aproveitando novas oportunidades. O índice médio na América Latina foi de 30%.

Já 31% responderam que suas empresas estão avançando na nova realidade, com a implementação de estratégias e modelos de negócios – em comparação com 34% na média da América Latina. Pouco mais de dois em cada dez (23%) responderam que estão reagindo conforme a contingência, adaptando-se ao novo cenário e reinventando seu negócio – em comparação com 20% na média da América Latina.

Por outro lado, 5% reconheceram que estão sobrevivendo com foco na continuidade do negócio – em comparação com 10% na média da América Latina. Por fim, 2% afirmaram que estão aguardando terminar o momento de incerteza política para tomar decisões, enquanto a média foi de 5% na América Latina.

Quando perguntados sobre se suas empresas têm modelo de negócio adequado para enfrentar a situação atual e os desafios futuros, mais da metade (51%) disse que sim, abaixo da média latino-americana, que foi de 56%. Ao mesmo tempo, somente 40% dos executivos atuantes no Brasil afirmaram considerar que sua empresa conta com modelo de operações adequado para enfrentar a situação atual e os desafios futuros – em comparação com 49% nos países latino-americanos pesquisados.