Atilio Rulli, Huawei: 'Primeiras implementações do 5.5G devem começar em 2024 no Brasil'
Tecnologia, também chamada de 5G Advanced, utiliza a mesma frequência do 5G de forma 10 vezes mais rápida.
Atilio Rulli, vice-presidente de Relações Públicas da Huawei América Latina e Caribe. (Foto: Divulgação)
O avanço da tecnologia caminha a passos largos e o 5G já tem data para deixar de ser o que há de mais rápido e moderno. Em entrevista exclusiva ao portal LIDER.INC, Atilio Rulli, vice-presidente de Relações Públicas da Huawei América Latina e Caribe, fala sobre a chegada ao Brasil do 5.5G, ou 5G Advaned, no final deste ano e no primeiro trimestre de 2025. O executivo fala também sobre leilão de frequências, estudos para a implementação do 6G, além de novidades da companhia e investimentos em Inteligência Artificial.
Como está o processo de soluções 5.5G? Quais serão os benefícios e diferenciais do que temos hoje?
O 5.5G ou 5G advanced é uma evolução do 5G utilizando as mesmas frequências do próprio 5G, proporcionando uma implementação mais rápida do que a evolução entre uma geração e outra.
Na maioria dos itens medidos em performance de rede, o 5.5G é 10 vezes mais rápido que o 5G. Enquanto o 5G permite 1 milhão de conexões de dispositivos por quilômetro quadrado, o 5.5G vai permitir 10 milhões de conexões nesse mesmo espaço.
Além disso, a nova rede deve influenciar diretamente em cinco áreas, melhorando a conexão de pessoas, a conexão de pequenos escritórios, o aprimoramento da internet das coisas, conexão de indústrias por meio de redes autônomas, aumentando produtividade e segurança, além de trazer uma realidade mais segura dos veículos autônomos, com baixa latência.
Há uma previsão de quando a rede estará disponível ao público?
Já temos alguns cases ao redor do mundo e, até o final do ano, teremos ainda mais. No Brasil, entre o final de 2024 e primeiro trimestre de 2025 teremos as primeiras implementações de 5G advanced. Isso é uma perspectiva bem realista, é a conclusão de uma jornada que levou anos para chegar até aqui.
Em conjunto, também foi citado o trabalho para o 6G. Qual a previsão para essa tecnologia chegar ao Brasil e quais pontos, hoje, já estão definidos como melhorias ao 5.5G?
A previsão mundial é que o 6G chegará ao longo de 2030. O Brasil tem andando em uma velocidade maior que a esperada com condições de leilões de frequência, o que se tornou um case mundial. Diferente do 5.5G, o 6G precisa de um novo leilão de frequências porque utiliza frequências diferentes das do 5G. No Brasil, a rede deverá chegar em 2031 ou 2032.
O mercado corporativo é um segmento forte para a Huawei? Por quê?
Nossa solução de IA é voltada especificamente para o segmento corporativo, que é muito forte para a Huawei. Hoje, temos cinco grandes áreas de atuação no mundo (operadoras de todos os portes, mercado corporativo, nuvem, soluções de energia solar e fotovoltaica e área de consumidor, com foco em celulares, tabletes, smartwatches e notebooks).
Temos mais de mil clientes no Brasil nesse segmento corporativo, como os grandes bancos, o Banco Central, o Governo Federal e diversos estados brasileiros. É um setor em que a Huawei investe bastante e ainda há muito a ser feito.
Como enxerga a evolução da IA na empresa e nos produtos?
Hoje, já utilizamos a IA na maioria dos nossos produtos. As empresas vão utilizar cada vez mais essa ferramenta extremamente poderosa somada à alta capacidade de processamento. Temos algumas discussões e novas regulamentações em relação ao uso de Inteligência Artificial em diveersos países pelo mundo, mas a tecnologia avança mais rapidamente que essas regulamentações, e isso pode ficar descompassado.
Há novidades de investimentos no Brasil? O que a empresa prepara e aposta para os próximos anos?
Ao longo desses 26 anos no país, a Huawei tem investido bastante no Brasil. Hoje, temos duas unidades fabris, uma em Jundiaí e outra em Manaus, um centro logístico extremamente avançado em Sorocaba, totalmente automatizado com 5G e uso de robôs. Foi um alto investimento feito ao longo dos anos, e que só tende a crescer. Vendemos 40% dos produtos fabricados no Brasil e os outros 60% são importados.
Também temos programas e projetos de capacitação com foco em responsabilidade social, inclusão digital, treinamento, preservação do meio ambiente, uso de energia limpa e soluções sustentáveis.