Setores mais expostos à IA registram aumento de quase cinco vezes na produtividade do trabalho, diz PwC
Barômetro de Empregos analisou mais de meio bilhão de anúncios de emprego de 15 países para encontrar evidências do impacto da IA em escala mundial.
Barômetro de Empregos analisou mais de meio bilhão de anúncios de emprego de 15 países para encontrar evidências do impacto da IA em escala mundial. (Foto: Freepik)
Setores de trabalho mais expostos à Inteligência Artificial registraram um crescimento de 4,8 vezes na produtividade, de acordo com o primeiro Barômetro Global de Empregos em IA de 2024 da PwC. Além disso, em alguns mercados, empregos que exigem competências especializadas em IA oferecem salário até 25% maior.
O relatório, que analisou mais de meio bilhão de anúncios de emprego de 15 países (distribuídos por Europa, América do Norte, Ásia e Oceania), sugere que a IA pode permitir que nações superem um persistente quadro de baixo crescimento na produtividade, gerando desenvolvimento econômico, salários mais elevados e melhores padrões de vida.
“Empresas e governos precisam garantir que estão investindo nas competências necessárias, tanto para os cidadãos como para as organizações, se quiserem prosperar em um contexto de trabalho que já está sendo transformado pela IA”, afirma Camila Cinquetti, sócia líder da área de Workforce da PwC Brasil.
“Da mesma forma, existem enormes oportunidades para pessoas, organizações e economias com experiência em tecnologias novas e emergentes, como a IA. Garantir uma abordagem de recrutamento que coloque as competências em primeiro lugar, bem como o investimento contínuo na melhoria das competências da força de trabalho, é imperativo, uma vez que nenhuma indústria ou mercado passará ileso ao impacto da transformação da IA”, conclui Camila.
No Brasil, 72% dos CEOs no Brasil afirmam que a IA mudará significativamente a forma como suas empresas criam, entregam e capturam valor nos próximos três anos, de acordo com a 27ª edição da CEO Survey, pesquisa anual da PwC - na última edição, lançada em janeiro, foram consultados mais de 4.700 líderes empresariais em todo o mundo
O Barômetro Global de Empregos da PwC indica que trabalhadores capacitados para a IA são mais produtivos e mais valiosos para o negócio - conclusão que também converge com a 27ª CEO Survey. No levantamento, CEOs no mundo cujas empresas começaram a adotar a IA acreditam que ela aumentará a eficiência do tempo de trabalho de seus funcionários.
O que o mercado busca
O Barômetro conclui que, para cada anúncio de emprego em 2012 que exigia competências vinculadas ao domínio de IA (como machine learning), existem agora sete anúncios de vagas com essa condição. Em contraste, os anúncios para todos os empregos cresceram mais lentamente, apenas dobrando desde 2012. Também de acordo com o levantamento, o crescimento de empregos que exigem competências especializadas em IA superou o de todas as outras categorias de trabalho desde 2016, bem antes do surgimento do ChatGPT, e o número de vagas para especialistas em IA aumentou 3,5 vezes mais rápido do que o total de empregos.
A proporção de anúncios de emprego que requerem habilidades relacionadas à IA é maior no setor de serviços, informação e comunicação e serviços financeiros – precisamente os setores previstos para estarem mais expostos à IA. Em serviços financeiros, há uma proporção de empregos que exigem habilidades em IA quase três vezes maior do que em outros setores; em serviços, também três vezes maior; e, em informação e comunicação, cinco vezes maior.
“A IA proporciona muito mais do que ganhos de eficiência”, comenta Denise Pinheiro, sócia da PwC Brasil especialista em Transformação Digital. “A IA oferece formas fundamentalmente novas de criar valor. Em nosso trabalho com os clientes, vemos empresas usando IA para ampliar o valor que seus funcionários podem oferecer. Neste momento, existe uma demanda de mercado por profissionais como desenvolvedores de software, médicos e cientistas de dados para atender a áreas , cuidados de saúde e avanços científicos de que o mundo precisa”, opina.