Vitor Asseituno: modelo da Sami se baseia no olhar integral para a saúde da pessoa e na relação de confiança com o médico
Impulsionada pelo isolamento social, telemedicina movimenta negócios e parcerias no setor.
Vitor Asseituno: modelo Sami se baseia no olhar integral à saúde da pessoa. (Foto: Divulgação)
Sancionada em abril do ano passado, a Lei 13.989/2020 instituiu o uso da telemedicina em plena pandemia causada pelo novo coronavírus. Como a regulamentação ocorreu em caráter emergencial, será necessária ainda uma emenda para estender sua validade ou a criação de uma nova lei. No entanto, com o caos sanitário, a população teve que se adequar à nova realidade e parece ter assimilado completamente esse movimento de transformação na área da saúde e suas facilidades.
Levantamento realizado pela Associação Brasileira de Plano de Saúde (Abramge) entre operadoras de planos de saúde associadas, contabilizou mais de 2,5 milhões de teleconsultas realizadas entre os meses de abril de 2020 e março deste ano. A base considera operadoras que, juntas, atendem mais de 8,7 milhões de beneficiários em todo território nacional.
A eficácia e a segurança também foram avaliadas. Ainda de acordo com o levantamento da entidade, entre as teleconsultas registradas, cerca de 90% dos casos foram solucionados à distância, ou seja, a cada 10 pacientes atendidos, nove não precisaram ir ao hospital, evitando a exposição ao coronavírus.
Pioneirismo
Com foco no atendimento que une humanização e tecnologia na medicina, a Care Plus disponibiliza recurso que torna o atendimento de telemedicina mais completo. A empresa se prepara para oferecer o TytoCare, gadget que auxiliará médicos credenciados a realizarem exame clínico via teleatendimento.
Controlada pelo paciente e pelo médico de maneira 100% on-line, o TytoCare será disponibilizado para mães que recebem acompanhamento no Programa Mommy Care. Assim, o time de enfermeiros obstétricos e médicos da Rede Plus, rede exclusiva e parceira da Care Plus que acompanha as gestantes do programa, poderá ter acesso a mais informações.
Para Luiz Camargo, CEO da Care Plus, a operadora tem um grande diferencial no mercado brasileiro e é pioneira em inovações: “A nova ferramenta dá mais um grande passo no avanço da telemedicina”, destaca.
“Empresa segue liderando avanços no setor”, diz Luiz Camargo, CEO da Care Plus. (Foto: Divulgação)
Healthtechs mostram força
A healthtech 3778 se uniu a investidores e criou o Grupo 3778, criando um dos maiores players de saúde corporativa do Brasil ao assumir as atividades da Teg Saúde e as operações do Grupo Implus. O negócio, de cerca de R$ 200 milhões, segue modelo inédito para o mercado, sendo capitaneado por Randal Zanetti, – fundador da Odontoprev – e a com a participação da LTS Investments e da UV Gestora de Investimentos.
Em um mercado potencial de 31 milhões de vidas, das quais 1,13 milhão já fazem parte do portfólio da nova companhia, a criação do Grupo acelera exponencialmente seu posicionamento. O médico e CEO do Grupo 3778, Guilherme Salgado, destaca que o novo negócio levará soluções inéditas de gestão de saúde para clientes corporativos, que são a principal fonte pagadora da saúde no Brasil. "A melhor jornada em saúde se faz com dados e dedos no pulso. Vamos simplificar o acesso à saúde de qualidade, levando a muitos o que é privilégio de poucos. Integrando e coordenando de fato o cuidado, com o digital e o presencial", explica.
Sem parar
A Sami, operadora de saúde digital com foco em pequenas e médias empresas (PMEs) e microempreendedores individuais (MEI) de São Paulo, está oferecendo viagens gratuitas de Uber para os clientes que precisarem de uma consulta médica presencial. A medida complementa o serviço de telemedicina já incluso no plano para garantir a segurança dos pacientes, no momento em que a pandemia atinge seu ápice.
O objetivo é incentivar o cuidado com a saúde, especialmente nesta fase emergencial. "O modelo da Sami se baseia no olhar integral para a saúde da pessoa, e na relação de confiança entre ela e seu médico pessoal. Enxergamos a pessoa por inteiro, considerando contexto, emoções, possibilidades e limitações. Por isso, não basta oferecer serviço médico, temos que ajudar nossos membros a aproveitá-lo ao máximo. Viabilizar o acesso ao médico é nosso dever", diz Vitor Asseituno, médico presidente da Sami.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o risco de muitos tratamentos e cuidados preventivos contra doenças crônicas terem sido interrompidos devido à pandemia de Covid-19. Em condições normais, essas enfermidades respondem por 71% das mortes por ano no mundo - 41 milhões de óbitos. O surgimento e a disseminação do coronavírus tendem a piorar o cenário, considerando que diabéticos, hipertensos e outros doentes crônicos são mais vulneráveis ao vírus.
"As pessoas passaram a evitar ir a hospitais ou outros serviços de saúde (consultórios, clínicas, laboratórios) com medo de se contaminarem. O problema é que muitos daqueles que precisam de acompanhamento médico podem piorar suas condições de saúde - e pessoas que estão com sintomas em casa podem ficar sem diagnóstico e apenas descobrir uma doença quando ela já evoluiu", avalia Asseituno.
Para Tavane Gurdos, Head da Uber para Empresas na América Latina, as viagens pela plataforma são uma boa opção para que as pessoas possam ir ao médico. "Desde o início da pandemia, a Uber tem desenvolvido iniciativas para fazer com que as viagens na plataforma estejam de acordo com as recomendações das autoridades públicas de saúde quando informamos, por exemplo, que todos precisam usar máscara e que os usuários devem sentar apenas no banco traseiro e, com isso, temos percebido um aumento no número de empresas que oferecem viagens de Uber a seus clientes e funcionários, para que possam se locomover pelas cidades em segurança. Ao levar os pacientes da Sami ao médico com viagens da Uber, eles não precisam depender de familiares para que possam ir às consultas e também evitam se aglomerar no transporte público.", explica Tavane.