Romeu Domingues: “O Brasil é o melhor país do mundo para ficar doente, disso não tenho dúvidas”
Médico e empresário, Romeu Domingues participou de evento com empresários do ramo de saúde no Paraná e compartilhou sua experiência como um dos maiores nomes no mercado de saúde do país.
Romeu Domingues, co-chairman da Dasa. (Foto: Divulgação/LIDE Paraná)
Na medicina, o tempo pode significar a diferença entre a vida e a morte, sendo crucial na determinação do desfecho de um paciente. Nesse contexto, a tecnologia, especialmente a inteligência artificial, tem trazido mais agilidade ao setor, sem substituir o papel dos profissionais de saúde, mas sim auxiliando-os. As possibilidades são inúmeras, e muitas inovações estão sendo desenvolvidas no Brasil e por brasileiros.
Reconhecendo esse potencial e as oportunidades, o LIDE Paraná promoveu, no último dia 23 de maio, um business dinner com Romeu Domingues, considerado um dos maiores empreendedores do segmento de saúde no país e co-chairman da Dasa. Segundo Domingues, o Brasil é o melhor país para se receber tratamento médico, contando com os melhores hospitais, tecnologia avançada e cuidado humanizado. No entanto, ele ressalta que ainda há muito espaço para melhorias.
A fragmentação do sistema de saúde, um desafio apontado pelo especialista, pode ser superada pela implementação de um ecossistema integrado que facilite o intercâmbio de dados. Essa iniciativa estratégica trará benefícios concretos aos pacientes, como diagnósticos mais rápidos e precisos, otimização do tempo dos profissionais de saúde e, consequentemente, proporcionando um atendimento mais eficaz e personalizado.
Líder brasileira em medicina diagnóstica e quinta maior do mundo, a Dasa investe fortemente em inovação. A Nav, plataforma de saúde digital criada pela companhia, soma 8 milhões de usuários atualmente. Por meio dela, pacientes podem agendar e conferir resultados de exames, realizar consultas online, fazer check-in à distância e ter acesso ao histórico clínico.
Outro ponto destacado por Domingues é a necessidade de rever a integração do setor privado com o Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS é excelente em atenção primária de saúde. Se fala tanto em parcerias público-privadas no Brasil, com aeroportos, portos, hidrelétricas etc. Por que não fazer o mesmo com a saúde? Tem muitas clínicas, por exemplo, que aos finais de semana ficam ociosas e podem ser usadas. Eu gostaria muito que tivesse essa abertura de poder ajudar o sistema de saúde pública”, conta Domingues.
Na cidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, a Conexa desempenhou um papel crucial na redução da fila de espera para atendimento médico. O prefeito da cidade procurou Romeu Rodrigues em busca de uma solução para um grande desafio na saúde local: uma fila de 3.500 pessoas aguardando consulta com cardiologista.
“As enfermeiras realizavam o primeiro atendimento, colhendo informações sobre o paciente e realizando exames como o eletrocardiograma. Com todas as informações em mãos, tanto do histórico clínico quanto dos resultados dos exames, os médicos podiam iniciar o atendimento já conhecendo detalhes importantes, como se o paciente era hipertenso e quais medicamentos estava tomando. Isso eliminava a necessidade de analisar o caso desde o começo. O resultado foi a otimização do tempo das consultas, sem comprometer a qualidade do atendimento,” explica Domingues.
Em um mundo cada vez mais tecnológico, a automação de processos, a inteligência, a otimização de tarefas e a análise de dados por máquinas levantam o receio de que os profissionais, especialmente os médicos, sejam substituídos. Mas Rodrigues discorda dessa visão pessimista. Para ele, a tecnologia não representa uma ameaça à profissão, mas sim uma oportunidade de aprimorá-la. "O médico não vai perder para a tecnologia, o médico vai perder para outro colega que usa a tecnologia como aliada", conclui.