Reporte de iniciativas de saúde e bem-estar dos colaboradores é baixo pelas instituições financeiras

Estudo da EY com 13 IFs brasileiras demonstra que, nesse indicador, há oportunidades de melhoria em métricas de acidente de trabalho e participação em programas de bem-estar e saúde mental.

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Estudo da EY com 13 IFs brasileiras demonstra que, nesse indicador, há oportunidades de melhoria em métricas de acidente de trabalho e participação em programas de bem-estar e saúde mental (Foto: Agência EY)

A preocupação com a saúde e o bem-estar dos colaboradores faz parte da agenda ESG e tem sido elevada à prioridade das organizações. No estudo Sustainability and ESG Trends Index, da EY, dos 500 líderes C-Level e membros da diretoria executiva entrevistados de empresas americanas, 61% disseram que endereçar as condições de saúde do colaborador e seu bem-estar é fundamental para o sucesso das suas organizações. O reporte dessas iniciativas é igualmente relevante, o que dá transparência para todos os públicos envolvidos com a organização. As instituições financeiras têm espaço para avançar nesse trabalho em relação ao indicador “saúde e bem-estar do colaborador”, de acordo com pesquisa da EY com 13 IFs brasileiras (bancos, cooperativas, seguradoras e gestoras de ativos), tendo por base os relatórios publicados no ano passado, com dados referentes às operações de 2021.

Há oportunidades de melhoria nas métricas de acidentes de trabalho e participação em programas de bem-estar e saúde mental. “O bem-estar do colaborador é um tema que se tornou mais evidente com as consequências da pandemia, fazendo com que as ações sobre isso fossem ampliadas nas empresas”, diz Rafael Schur, sócio da EY e líder do segmento de Mercado de Serviços Financeiros para o Brasil.

Ainda segundo o executivo, apesar de existir a preocupação das IFs em desenvolver programas nesse sentido, as iniciativas não são detalhadas nos relatórios por dois motivos principais: dificuldade de medição e pouca visibilidade externa que se dá ao tema. “O aprimoramento desse indicador está mais relacionado, portanto, ao aperfeiçoamento de métricas e respectiva inclusão nos relatórios do que com o estabelecimento de iniciativas e programas de bem-estar, que supostamente já existem nas organizações, mas não estão sendo devidamente reportados”, completa.

Reporte de diversidade tem se destacado

Por outro lado, o indicador “composição da força de trabalho e diversidade” tem sido muito bem explorado pelas instituições financeiras brasileiras em seus relatórios.

Uma das evidências disso é a divulgação para o mercado da distribuição da força de trabalho nos diversos níveis hierárquicos, de acordo com categorias de diversidade, como gênero, faixa etária e, quando aplicável, grupo vulnerável. “A diversidade da força de trabalho é um tema consolidado, que tem sido discutido bastante nos últimos anos, aparecendo assim em diversos frameworks e compromissos, inclusive com requisitos de metas e de transparência. Por isso, já tínhamos a expectativa antes mesmo da pesquisa de que esse indicador fosse bem reportado pelas IFs”, finaliza Schur.

Metodologia utilizada na pesquisa

O estudo com as 13 IFs brasileiras foi feito por meio de metodologia própria da EY para análise de geração de valor de longo prazo, que identifica três tipos de alavancas: valor para a sociedade, valor para os colaboradores e valor para os consumidores. Foram consideradas mais de 100 métricas compreendendo divulgações de sustentabilidade; temas materiais e influência sobre desempenho financeiro; riscos e oportunidades; e partes interessadas, como clientes, funcionários, comunidades e consumidores.