Outubro Rosa: quais os principais tratamentos para o câncer de mama
As opções variam de acordo com características da paciente, do subtipo de tumor, do momento do diagnóstico etc.
As opções variam de acordo com características da paciente. (Foto: Pixbay)
O câncer de mama não é uma doença única, com diagnósticos ou tratamentos exatamente iguais. Cada paciente pode necessitar de uma abordagem terapêutica diferente, conforme a variação na agressividade e no tipo do tumor.
Para determinar a melhor terapia, o especialista investiga, primeiro, qual é o subtipo do câncer. Isso se dá com base em alguns fatores, como o grau de extensão do tumor, as características histológicas (formação, estrutura e função dos tecidos) e moleculares, e se está localizado apenas na mama.
O tratamento, então, divide-se em:
Locorregional: focado nas mamas e axilas, com o uso de cirurgias e radioterapias.
Sistêmico: ação no corpo todo, com quimioterapia, terapia-alvo, hormonioterapia e/ou imunoterapia.
De acordo com Felipe Cavagna, mastologista e diretor clínico do Centro de Referência da Saúde da Mulher do Hospital Pérola Byington, a cirurgia em geral é um dos primeiros tratamentos a ser considerado, indicado para quase todas as pacientes. Mas isso não significa que será a única terapêutica realizada.
Cirurgia
Ela pode ser tanto conservadora quanto radical. No primeiro caso, apenas os tumores — com uma margem de segurança — são retirados. No segundo, é feita a mastectomia, ou a retirada total da mama, seguida ou não de reconstrução. Além dos tumores, alguns linfonodos (gânglios linfáticos) podem ser removidos para investigar se foram comprometidos pela doença.
A cirurgia pode ser contraindicada em casos de metástase — quando a doença não está localizada apenas nas mamas ou axilas. “Nessas situações, temos que avaliar cada paciente. Sempre que possível, operamos a mama e abordamos a axila”, reforça Cavagna. “A axila é importante para saber se existem linfonodos comprometidos com a doença. Isso indica que o tumor já está um pouco mais avançado e, portanto, temos que tratar de forma mais agressiva”, conclui.
Radioterapia
Outro tratamento locorregional, a radioterapia é indicada, principalmente, para pacientes que não retiraram a mama durante a cirurgia, levando em consideração o comprometimento da axila e o tamanho do tumor.
O tratamento não provoca queda de cabelo e é composto por 15 a 30 sessões com duração de cerca de cinco minutos. Os efeitos colaterais costumam ser ardência no local, fadiga e uma sensação de queimação na pele. Pode promover contraturas (tipo de cicatriz que restringe o movimento) em quem reconstruiu as mamas com implante depois da cirurgia.
Quimioterapia
Seja por via oral ou intravenosa, a quimioterapia é um tipo de terapia sistêmica, que age no corpo inteiro. O tratamento basicamente ataca todas as células que se multiplicam rapidamente. Mas já estão disponíveis novas drogas com efeitos colaterais menos intensos no arsenal atual da quimioterapia, segundo o cirurgião oncológico Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O que determina o uso desse tratamento será o perfil do tumor. Dentre os efeitos colaterais relatados, estão vômito, queda na imunidade e enjoo.
Terapia-alvo
No câncer de mama, seu objetivo é bloquear moléculas que mantêm a proliferação das células tumorais. Os medicamentos funcionam como mísseis teleguiados, que atacam essas moléculas.
O tratamento é feito com diversas drogas capazes de frear o avanço de tumores que possuem esses alvos específicos. O câncer de mama com receptores HER2 é um deles. Há ainda outras medicações para pacientes que apresentam mutações de BRCA1 e BRCA2, por exemplo — genes também associados ao câncer de ovário.
Hormonioterapia
Ela pode ser indicada a pacientes com tumores que são estimulados por certos hormônios. Os tratamentos dessa classe terapêutica bloqueiam essa ação hormonal de uma forma ou de outra.
A administração pode ser por via oral, e a duração do tratamento varia de cinco a dez anos em alguns casos. O tempo depende da extensão do tumor e da resposta ao tratamento.
A classe dos medicamentos usados também varia de acordo com o ciclo menstrual da paciente. Os inibidores de aromatase, por exemplo, são recomendados às mulheres após a menopausa. Mas há drogas aplicadas em diferentes casos, como o tamoxifeno, que impede que o estrogênio aja nas células cancerígenas.
Imunoterapia
Considerada relativamente nova, a imunoterapia potencializa o sistema imunológico do paciente para que ele mesmo enfrente o câncer. Enquanto alguns tipos estimulam o sistema de defesa por completo, outros focam no combate de células específicas.
Via de regra, a imunoterapia acusa a presença do câncer para o sistema imunológico, e tem apresentado resultados promissores em diferentes tipos de tumor.
(Fonte: Agência Einstein)