Arthur Guerra: 'Brasil é o quinto país com mais pessoas que sofrem de depressão no mundo'
Médico psiquiatra se reuniu com outros especialistas e empresários para debater sobre saúde mental durante evento realizado na CASA LIDE, em São Paulo.
Médico psiquiatra se reuniu a outros especialistas e empresários para falar sobre saúde mental durante o evento realizado na CASA LIDE. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O cuidado com a saúde mental e a quebra de tabus em relação a doenças mentais como a depressão e a ansiedade foram os principais temas que pautaram o Seminário LIDE | Saúde, realizado nesta terça-feira (28), na CASA LIDE, em São Paulo. Para os especialistas, a tecnologia pode ser uma grande aliada no cuidado, cada vez mais necessário, mesmo no cenário pós-pandemia.
Para o médico neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Alexandre Kaup, vivemos um momento de acúmulo de informações e pensamentos. “O esquecimento é essencial para que possamos viver bem. Quando usamos adequadamente componentes como THC, podemos ter um resultado importante no esquecimento de memórias negativas e no tratamento de condições como o estresse pós-traumático”.
Alexandre Kaup destacou possíveis tratamentos para o esquecimento de memórias negativa. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Médico psiquiatra, cofundador da Caliandra Saúde Mental e coordenador do Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio Libanês, Arthur Guerra destacou que o transtorno depressivo é a principal causa de incapacidade no mundo, com 322 milhões de pessoas que vivem com a doença que diminui a expectativa de vida em até 10 anos.
“O Brasil é o quinto país com mais pessoas que sofrem de depressão no mundo, atingindo 5% da nossa população. O mais preocupante é que somente 1 em cada 10 pessoas com transtorno mental recebe tratamento minimamente adequado. A prevenção ainda é o melhor cuidado”, pontua Guerra.
Claudio Lottenberg, médico e presidente do Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein e presidente do LIDE Saúde, foi responsável pela moderação dos painéis. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Tecnologia
No debate, os especialistas concordaram que o estilo de vida moderno contribui para que os transtornos mentais sejam desencadeados, com demandas em excesso, ritmo acelerado e metas a serem batidas. “Tudo isso nos afasta de fatores essenciais para a saúde mental, como o sono, a atividade física, o descanso e até mesmo o contato social banal”, explica Thiago Fidalgo, professor adjunto do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Para o especialista, as redes sociais também podem ser ferramentas nocivas para a saúde mental. “Todo mundo tem uma vida perfeita no Instagram, e isso é um fator de risco, principalmente par os adolescentes, que caem em comparações”.
Thiago Fidalgo destacou a importância do uso adequado da tecnologia. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Por outro lado, se o uso inadequado das redes sociais pode ser prejudicial, a tecnologia, quando bem utilizada, pode ser uma grande aliada no cuidado.
“São muitas as formas que a tecnologia pode contribuir: existem aplicativos que checam os batimentos cardíacos, o andamento do sono, além daqueles que podem auxiliar na meditação ou na promoção do exercício físico, por exemplo. A Inteligência Artificial também pode ser uma aliada nos atendimentos e, desde a pandemia, já vimos como a telemedicina facilita os tratamentos”, destaca Fidalgo.
Quebra de tabus e proteção jurídica
Trazendo um viés jurídico, a procuradora do Estado de São Paulo, PhD em Direito pela PUC/SP e pós-doutora pela Universidade de Coimbra, Camila Pintarelli, trouxe dados sobre o impacto das redes sociais para a saúde mental. “25% das crianças e adolescentes ficam mentalmente incomodadas com o que veem nas redes sociais. E esse é um dos motivos pelos quais fizemos uma proposta de emenda constitucional de direito à integridade mental?”.
Camila Pintarelli abordou a proposta de emenda constitucional de direito à integridade mental. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O cuidado especializado e a quebra de estigma especialmente em relação às crianças autistas e pessoas com TDAH foi destaque na fala de Erasmo Casella, neurologista da Infância e Adolescência, professor livre docente de Neurologia do Hospital das Clínicas – USP e chefe da unidade de Neuropediatria do Instituto da Criança do HC.
Encerrando as exposições do painel, o diretor geral do Hospital Nove de Julho | DASA, Raphael Oliveira, falou sobre a importância do cuidado da saúde mental das empresas em relação aos seus colaboradores.
“65% das organizações tratam bem ou muito bem as doenças mentais dos colaboradores, mas esse resultado pode ser até melhor com a evolução na forma de comunicação nesse ambiente”.
Especialistas destacaram a necessidade de quebrar tabus sobre as doenças mentais. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O Seminário LIDE | Saúde tem patrocícnio da Dasa e apoio da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Grupo Jovem Pan, Jovem Pan News, Revista LIDE e TV LIDE são mídia partners. 3 Corações, Eccaplan, Lica Cinelli, Mais Pura e Águas da Prata são fornecedores oficiais. Os operadores de tecnologia são Netglobe, RCE, TCL Semp e The Led.