Premiê britânico prega pragmatismo em próximos passos em relação às tarifas
Em visita à fábrica da Jaguar Land Rover (JLR), o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e a ministra das Finanças, Rachel Reeves, alertaram para o aumento da incerteza na economia global e manifestaram preocupação com a escalada de medidas tarifárias adotadas por outros países. Reeves reconheceu que, embora o Reino Unido esteja em uma posição relativamente mais forte, as tarifas sobre o setor automotivo terão impacto significativo.
A ministra afirmou que o governo lançará em breve uma estratégia industrial moderna voltada para o crescimento de oito setores-chave, incluindo o automotivo. "Carros são a principal exportação de bens do país", disse, prometendo "fornecer certeza para empresas como a JLR" e apoiar a descarbonização da indústria.
Starmer, por sua vez, destacou que o governo atuará com "urgência e calma" diante das tarifas, buscando proteger a economia sem adotar posturas isolacionistas. "Precisamos ser pragmáticos em nossos próximos passos em relação às tarifas", afirmou. "Ninguém finge que tarifas são boas notícias."
O premiê apontou que os impostos de 25% sobre automóveis e 10% sobre outros produtos representam um "enorme desafio", com potenciais "consequências econômicas globais profundas".
Ele classificou o atual cenário como uma "era de insegurança global", em que "os conceitos econômicos que conhecíamos parecem não se aplicar mais". Ainda assim, garantiu que o governo não ficará inerte: "não vai simplesmente cruzar os braços e esperar".
Além do setor automotivo, Starmer anunciou um investimento de 600 milhões de libras em pesquisa de dados de saúde. Questionado sobre a capacidade do governo de blindar o país contra fatores externos, como as tarifas impostas por Donald Trump, respondeu: "Este é o momento de moldar nosso futuro". E citou duas frentes de ação: "turboalimentar" a indústria nacional e negociar com parceiros para reduzir barreiras comerciais.
Indagado se cancelaria a visita de estado de Trump ao Reino Unido, Starmer evitou confronto direto: "Não é do nosso interesse simplesmente romper essa relação."