PIB da Bioeconomia cresce 1,03% em 2023, ante a retração de 2022, revela o Observatório de Bioeconomia da FGV
O PIB-Bio é composto pelas atividades de origem vegetal, animal e florestal da bioeconomia, bioindústria e indústria bio-based.
O PIB-Bio é composto pelas atividades de origem vegetal, animal e florestal da bioeconomia, bioindústria e indústria bio-based. (Foto: Freepik)
O PIB da Bioeconomia registrou o valor total de R$ 2,7 trilhões em 2023, atingindo 25,3% do PIB brasileiro (Tabela 1), é o que revela o Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV). A bioindústria ainda é a atividade com maior representação econômica, cerca de 46% ou R$ 1,8 trilhão. Já a bioeconomia primária representa 41% e chegou a R$ 1,1 trilhão. As duas atividades, bioindústria e bioeconomia primária , representam 87% do PIB-Bio, enquanto bioenergia e indústria com viés biológico representam, respectivamente, 5% (R$ 131 bilhões) e 8% (R$ 213 bilhões) do agregado “macrobioeconômico”.
Em termos reais, o PIB-Bio cresceu cerca de 1,03% em relação a 2023 (Tabela 2). Esse resultado representa uma recuperação parcial da queda em 2022 (–2,3%) e faz com que o indicador se aproxime novamente da trajetória de crescimento que se estendia desde 2017. Esse resultado deve-se ao crescimento da bioeconomia primária (5,9%), enquanto as demais atividades recuaram. A bioindústria recuou cerca de 1,3% como indústria com viés biológico 0,1% e 15,1% enquanto bioenergia. Embora a bioeletricidade tenha crescido em termos reais (0,3%), a cadeia de valor de biocombustíveis recuou cerca de 17%, o que impacta o resultado da bioenergia de modo geral.
A série base fixa apresenta as trajetórias de crescimento de cada atividade que compõe o PIB-Bio e seu valor agregado. No período analisado, 2010-2023, o PIB-Bio acumula um crescimento real de 13,8% o que representa uma taxa anual média de crescimento de 0,81% (Tabela 3). No mesmo período, as atividades da bioeconomia primária apresentam um crescimento real acumulado de 47% , o que implica um aumento da participação dentro do PIB-Bio – cerca de 41% em 2023 contra 32% em 2010. Já as demais atividades perdem participação do PIB-Bio devido ao baixo crescimento observado no período analisado. O período compreende inúmeras crises internas, pandemia de Covid-19 e instabilidade nos mercados internacionais devido às guerras.
“De modo geral, o PIB-Bio está crescendo ao longo do tempo, ou seja, a participação das atividades da bioeconomia está ganhando espaço dentro da economia brasileira. Essa maior participação se dá na cadeia da bioeconomia primária, que é composta por atividades agropecuárias, extrativismo vegetal, pesca e aquicultura. Já as cadeias da bioindústria e indústria com viés biológico apresentam de modo agregado uma maior inércia devido à dependência do mercado interno para o crescimento”, afirma Cícero Lima, pesquisador do Observatório de Bioeconomia da FGV.