Lula sobre Conselho de Segurança da ONU: membros devem buscar nova governança
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista à CNN International veiculada nesta quinta-feira, que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CSNU) precisam concordar em uma mudança na governança global. Para o petista, esse sistema tem sido insuficiente para impedir guerras o mundo.
"Todos esses cinco países têm armas nucleares, e todos eles estão envolvidos em guerras", disse Lula. "Os Estados Unidos invadiram o Iraque sem consultar a ONU em 2003, a França e a Inglaterra invadiram a Líbia em 2011 sem consultar a ONU, Putin o presidente da Rússia, Vladimir Putin invadiu a Ucrânia sem consultar a ONU, e, na guerra de Gaza, não houve consultas à ONU."
O petista defendeu que é preciso mudar a composição do CNSU, porque ele "não tem tido a competência" para solucionar esses problemas. Os cinco membros permanentes são os principais vencedores da Segunda Guerra Mundial: EUA, Rússia, Reino Unido, França e China.
"Precisamos ter representação da América Latina, da Ásia, do Oriente Médio, e a Alemanha e o Japão têm de se juntar ao Conselho de Segurança da ONU", disse o presidente brasileiro, contemplando nominalmente os dois principais derrotados do conflito encerrado em 1945. "Vamos mudar e ver se conseguimos estabelecer, ou pelo menos ter a esperança, de que o mundo vai ter mais paz do que guerras."
Lula voltou a criticar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusando-o de assassinar mulheres e crianças na Faixa de Gaza. Ele afirmou que o israelense "não respeita" a ONU, os EUA ou qualquer outro país que pudesse mediar o conflito.
Sobre a guerra na Ucrânia, o petista disse ter ficado "feliz" quando o presidente americano, Donald Trump, afirmou que negociaria o fim do conflito. No entanto, ele criticou o americano por ter anunciado que venderia mais armas a Kiev. Na avaliação de Lula, os recursos que estão sendo voltados à indústria bélica poderiam servir para combater a extrema pobreza no mundo.
"A ONU precisa assumir a coordenação do processo para encerrar a guerra, e Putin e Zelensky Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia precisam concordar, com isso, em ter a coordenação de um grupo de países amigos, que pudessem desenvolver uma proposta alternativa. Sem isso, essa guerra não vai acabar", disse.