Brasil apresenta ativos estratégicos e busca novos parceiros nos Emirados Árabes

Na Brazil Emirates Conference, realizada em Dubai, autoridades, empresários e líderes de grandes grupos destacam o potencial brasileiro em energia, infraestrutura, inovação, turismo e sustentabilidade, com foco em investimentos e cooperação internacional.

Melrish-2896Brazil Emirates Conference reuniu autoridades públicas e representantes da iniciativa privada com o objetivo de consolidar novas conexões econômicas com os Emirados Árabes Unidos. (Foto: Melrish Studio/LIDE)

A diversidade de ativos estratégicos do Brasil — que vai do petróleo à floresta, da agricultura à inteligência artificial — ganhou protagonismo nas discussões da Brazil Emirates Conference, realizada nesta segunda-feira (14) pelo LIDE, em Dubai. O evento reuniu autoridades públicas e representantes da iniciativa privada com o objetivo de consolidar novas conexões econômicas com os Emirados Árabes Unidos e demais mercados da região do Golfo.

Em sua fala, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi direto ao posicionar o estado como um dos centros mais dinâmicos da economia brasileira. Ele apresentou dados que reforçam a vocação fluminense para setores estratégicos: o Rio concentra 90% da produção nacional de petróleo, é sede da primeira planta de energia eólica offshore do país e abriga o Porto do Açu, considerado o maior projeto portuário privado em operação no Brasil.

Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro. Foto_Melrish Studio_LIDECláudio Castro, governador do Rio de Janeiro defende o estado como capital energética do país. (Foto: Melrish Studio/LIDE)

“O Rio de Janeiro é a capital energética do Brasil”, afirmou Castro. “Com energia limpa, logística integrada e proximidade com grandes centros consumidores, o estado está pronto para receber investimentos de longo prazo.”

No mesmo painel, o vice-prefeito Eduardo Cavaliere anunciou que o Rio será sede da nova bolsa de valores do Brasil, a primeira além da B3. Com investimento do fundo soberano Mubadala, dos Emirados, a bolsa nasce com o objetivo de descentralizar o mercado financeiro nacional e reforçar a presença do Rio como centro de decisões econômicas.

Vice-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Cavaliere. Foto_Melrish Studio_LIDEEduardo Cavaliere, vice-prefeito do Rio de Janeiro fala sobre a nova bolsa de valores do Brasil, que será sediada na capital carioca. (Foto: Melrish Studio/LIDE)

“A nova bolsa rompe com o monopólio da B3 e inaugura uma fase de competição no mercado financeiro brasileiro”, afirmou Cavaliere.

Além dos ativos urbanos e energéticos, o turismo também ganhou espaço como vetor de transformação econômica. O economista Vinicius Lummertz, ex-ministro da pasta, defendeu o setor como uma plataforma de desenvolvimento estruturante, que pode gerar renda, atrair investimento estrangeiro e requalificar áreas urbanas degradadas.

“O turismo não é o que ele é, é o que ele faz. Ele transforma cidades e economias”, disse, ao citar o Brasil como o país com maior potencial natural para o turismo no planeta — ainda subaproveitado.

No setor privado, o empresário Alex Allard, presidente do Grupo Allard, compartilhou sua experiência no projeto Cidade Matarazzo, em São Paulo, e anunciou sua nova aposta: a revitalização do Moinho Fluminense, no Porto Maravilha, com um projeto urbano que combina natureza, cultura e arquitetura.

“Eu não vendo turismo. Eu vendo luxo. E o Brasil tem todos os ativos que o luxo contemporâneo exige: diversidade, emoção e beleza natural”, afirmou.

Alexandre D’Ambrosio,vice-presidente executivo da Vale.Foto_ Melrish Studio_LIDE (2)Alexandre D’Ambrosio, vice-presidente da Vale apresenta novos projetos da companhia que estão sendo desenvolvidos no Oriente Médio. (Foto: Melrish Studio/LIDE)

A infraestrutura também foi debatida com profundidade. Alexandre D’Ambrosio, vice-presidente da Vale, defendeu a logística integrada como diferencial da empresa e apresentou os mega hubs industriais que a mineradora está desenvolvendo no Oriente Médio, voltados à produção de aço verde.

“Hoje falamos em mineração para o meio ambiente. Não é mais uma escolha entre desenvolvimento e preservação. É possível fazer os dois juntos com responsabilidade”, disse.

Por sua vez, Roberto Giannetti da Fonseca, head do LIDE Comércio Exterior, alertou para o risco de o Brasil desperdiçar bilhões em energia limpa por falta de infraestrutura e tecnologia de armazenamento:

“Sem logística e baterias, não transformamos potencial em resultado. O Brasil precisa atrair capital, melhorar sua regulação e planejar com visão de longo prazo”, pontuou.

Ilson Hulle, diretor do Abu Dhabi Ports. Foto_ Melrish Studio_LIDElson Hulle, diretor do Abu Dhabi Ports, defende o potencial da América Latina no setor de logística. (Foto: Melrish Studio/LIDE)

Na frente internacional, Ilson Hulle, diretor do Abu Dhabi Ports, afirmou que a América Latina é a nova fronteira de negócios da holding logística, que opera em mais de 34 portos ao redor do mundo. A empresa busca parcerias com grupos brasileiros para atuação conjunta em setores como alimentos, mineração e automotivo.

“Quem quiser se posicionar na região vai, inevitavelmente, contar com nossos serviços. Estamos abertos e prontos para construir essas pontes”, afirmou.

A conferência também teve como cenário o hotel The Lana, da Dorchester Collection, apresentado por seu CSO Alexandre Hulen como símbolo da nova fase da hospitalidade de luxo nos Emirados, com foco na experiência, sofisticação e na conexão com públicos como o brasileiro, já fiel a marcas do grupo em destinos como Paris e Londres.


A Brazil Emirates Conference | United Arab Emirates contou com o patrocínio da Ambipar, Banco BRB, Vale, TurisRio, Secretaria de Turismo do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Hayman-Woodward, Itaminas e Prefeitura do Rio de Janeiro | Invest.Rio. O evento também teve apoio da JHSF, Emae, Prefeitura de Barueri, NSI, Escodelar, On Time e Nirmata Capital, além dos media partners: Grupo Jovem Pan, Jovem Pan News, Veja, Veja Negócios, Revista LIDE e TV LIDE. A Emirates foi a transportadora oficial, e a Maringá Turismo, a operadora oficial do evento.