Túnel submerso ligará Santos e Guarujá após um século de promessas

Projeto integra o Novo PAC e prevê primeira travessia submersa da América Latina, com impacto no Porto de Santos e no cotidiano de 80 mil pessoas.

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O túnel terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos. (Foto: Henrique Filho/MPor)

Após cem anos de espera, Santos e Guarujá terão ligação direta por um túnel submerso. A obra, incluída como prioridade no Novo PAC, terá investimento estimado em R$ 6,8 bilhões e será o primeiro projeto do tipo na América Latina. O edital foi lançado em agosto de 2025.

Desde os anos 1920, a região convive com promessas não concretizadas de uma travessia definitiva. O porto, em expansão contínua, reforçava a necessidade de uma ligação seca que superasse a limitação das balsas. Alternativas como a ponte levadiça chegaram a ser discutidas, mas não avançaram por questões técnicas, financeiras e ambientais.

O túnel terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, duas faixas por sentido para veículos, corredor exclusivo para o VLT, além de acessos para pedestres e ciclistas. Estima-se que 80 mil pessoas utilizem diariamente a travessia.

“É uma honra participar desse momento de uma construção que já completa 100 anos. Trata-se de uma obra que ficará para a história e que vai impactar a vida de cerca de 80 mil pessoas que cruzam diariamente esse canal. Um projeto que muitos dos nossos antepassados gostariam de ter visto realizado e que agora se torna realidade”, afirmou Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos.

O projeto prevê integração logística e urbana, com benefícios para trabalhadores, estudantes e famílias. Também deve impulsionar a competitividade do Porto de Santos, ampliando a capacidade de escoamento de cargas. O desenho inclui medidas ambientais e espaço para modais de transporte sustentável.

Para os moradores, a ligação representa ganho de tempo, segurança e qualidade de vida. A estudante Maria Eduarda destacou a otimização do deslocamento diário, enquanto a autônoma Meire Rodrigues ressaltou a redução de riscos em dias de chuva e mar agitado.

A construção marca um avanço histórico para a Baixada Santista, combinando inovação em engenharia, mobilidade e desenvolvimento econômico.